O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu esta segunda-feira o fim da guerra com a Rússia "o mais depressa possível", após o homólogo norte-americano, Donald Trump, o ter acusado ao início do dia de "não querer a paz"
Corpo do artigo
"É muito importante que tentemos tornar a nossa diplomacia realmente substancial para pôr fim a esta guerra o mais depressa possível", escreveu o chefe de Estado ucraniano na rede X.
"Ucrânia, Europa, Estados Unidos: só juntos podemos restaurar a segurança de todos os nossos povos, e isso é realmente possível", apelou ainda Zelensky.
Anteriormente, o líder ucraniano tinha afirmado em Londres, numa reunião sobre o conflito promovida no domingo pelo Reino Unido, que um acordo para o fim dos confrontos estava “muito, muito distante".
Em reação, Donald Trump disse que “esta é a pior coisa que Zelensky poderia ter dito” e ameaçou que “a América não vai tolerar isto por muito mais tempo”, depois de ter hostilizado publicamente Zelensky num encontro dos dois dirigentes, na sexta-feira na Casa Branca.
"Este tipo não quer a paz enquanto tiver o apoio da América", disse Donald Trump, que já tinha ameaçado Volodymyr Zelensky durante a altercação de sexta-feira de abandonar Kiev se não se tornasse mais conciliador.
Fazendo eco das declarações do Presidente norte-americano, o Kremlin, que ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, afirmou que era necessário "forçar Zelensky" porque "não quer a paz".
A discussão entre Zelensky, Trump e o seu vice-Presidente, JD Vance, na Sala Oval da Casa Branca girou em torno das garantias de segurança exigidas pela Ucrânia antes da assinatura de um acordo desejado por Washington sobre o acesso aos minérios ucranianos.
Quanto aos aliados europeus de Kiev, o Presidente francês, Emmanuel Macron, levantou no domingo a ideia de uma primeira trégua de um mês, "no ar, nos mares e nas infraestruturas energéticas".
No entanto, Londres defendeu de imediato que não haveria "nenhum acordo" nesta fase.
Uma cimeira extraordinária em Bruxelas, na quinta-feira, vai focar-se na Ucrânia e em questões de segurança europeias.
"Será um fracasso para todos se a Ucrânia for forçada a um cessar-fogo sem garantias sérias de segurança", advertiu Volodymyr Zelensky na noite de domingo à imprensa em Londres.
"Imaginemos que uma semana depois os russos começam a matar-nos novamente e nós retaliamos, o que seria totalmente compreensível. O que vai acontecer?", questionou.
O Presidente ucraniano tomou como exemplo os sucessivos acordos de cessar-fogo declarados ao abrigo dos chamados acordos de Minsk no leste da Ucrânia, entre 2015 e a invasão em grande escala russa de fevereiro de 2022.
Convidados pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, 15 líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron e o chanceler alemão cessante, Olaf Scholz, demonstraram no domingo o seu empenho em apoiar Kiev e rearmar-se contra a Rússia.