Venezuela: líder da oposição reaparece em manifestação anti-Maduro, é intercetada e depois libertada
María Corina Machado "foi violentamente intercetada", denunciou o seu partido
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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, reapareceu esta quinta-feira num protesto em Caracas cercada por centenas de apoiantes, depois de permanecer escondida desde 28 de agosto.
Mais de quatro meses depois da sua última aparição pública e na véspera da posse presidencial, que tanto o Presidente Nicolás Maduro quanto o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, prometem assumir, Machado saiu às ruas para reclamar, mais uma vez, a vitória da oposição nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Vestida de branco e agitando uma bandeira venezuelana, María Corina Machado chegou ao comício no distrito comercial de Chacao num camião, sob muitos aplausos.
O Presidente, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor das presidenciais de 28 de julho, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), considerado sob controlo do poder.
O CNE não divulgou as atas eleitorais das assembleias de voto, afirmando ter sido vítima de um ataque informático, um argumento considerado pouco credível por muitos observadores.
A oposição, que divulgou as atas eleitorais fornecidas pelos seus escrutinadores, garante que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, obteve mais de 67% dos votos.
Intercetada e depois libertada
O partido da oposição venezuelana liderado por María Corina Machado confirmou hoje que esta se encontra em liberdade, após ter sido "violentamente intercetada" no fim de uma manifestação na capital, Caracas.
"Demorámos algum tempo a compreender a gravidade da situação. Os factos: À saída do comício em Chacao, Caracas, María Corina foi intercetada e derrubada da motorizada em que seguia. No incidente, foram disparadas armas de fogo. Foi levada à força. Durante o período do seu rapto, foi obrigada a gravar vários vídeos, tendo sido posteriormente libertada" anunciou Magalli Meda, do partido Vente Venezuela (VV), na rede social X.
Magalli Meda adianta que "nas próximas horas, ela própria [Maria Corina Machado] irá dirigir-se ao país para explicar o que aconteceu".
"A propósito, como é que se pode falar de uma tomada de posse com este nível de violência", questiona a responsável do VV, na véspera da tomada de posse do Presidente Nicolás Maduro, cuja vitória eleitoral a oposição rejeita.
O anúncio da libertação foi feito já depois de vários países europeus (Espanha, Itália) e da região (Argentina, Panamá, entre outros), terem exigido a libertação de Machado.