Denunciante do Football Leaks e do Luanda Leaks saiu quarta-feira com a medida de coação de prisão domiciliária, após ter sido detido em Budapeste a 16 de janeiro de 2019. Veja aqui toda a cronologia do caso.
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16 de janeiro de 2019
Detido em Budapeste (Hungria) após investigação feita em Portugal, que levou a Polícia Judiciária a descobrir (em dezembro de 2018) que o pai tinha viagem marcada para aquela cidade para 15 de janeiro.
18 de janeiro de 2019
Autoridades húngaras colocaram Rui Pinto em prisão domiciliária, onde concedeu propalada entrevista ao Der Spiegel a assumir a autoria do Football Leaks.
5 de março de 2019
Audiência em Budapeste na qual se decide a extradição para Portugal.
22 de março de 2019
É extraditado para Portugal e fica no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária em Lisboa, na cela 42, como o recluso 2019/00764.
24 de abril de 2019
A antiga eurodeputada Ana Gomes entrega-lhe um prémio para "whistleblowers" (denunciantes ou delatores).
24 de julho de 2019
Através de uma conta no Twitter, Rui Pinto denunciou uma "campanha de intoxicação da opinião pública, construída com base em violações seletivas do segredo de Justiça, misturadas com calúnia e difamação", para "branquear a falência moral das instituições judiciais", que "de forma habilidosa protegem os mecanismos da grande corrupção e evasão fiscal (muito para lá do mundo do futebol)".
30 de agosto de 2019
Após recusar fazer uma exame grafológico a pedido do Ministério Público, para comparar a sua escrita com a de uma nota encontrada em Budapeste, um inspetor da Polícia Judiciária confisca-lhe, na prisão, o caderno que servia de diário de reclusão.
19 de setembro de 2019
Perto dos seis meses de prisão preventiva, sai o despacho de acusação que acusa Rui Pinto de 147 crimes, por acesso indevido, violação de correspondência e sabotagem informática (ao Sporting, à sociedade de advogados PLMJ, à Federação Portuguesa de Futebol e à Procuradoria-Geral da República), e por tentativa de extorsão (à Doyen em setembro de 2015). A sua defesa fica a cargo dos advogados Francisco Teixeira da Mota, Luísa Teixeira da Mota e William Bourdon. Pedem a abertura de instrução para tentar anular algumas acusações.
18 de dezembro de 2019
Começa o debate instrutório no Campus da Justiça, em Lisboa, onde reencontra o advogado Aníbal Pinto que o representou em 2015 no processo com a Doyen e que também é arguido no caso de extorsão.
17 de janeiro de 2020
Leitura da decisão do debate instrutório: é pronunciado por 90 crimes (e não os 147 da acusação do Ministério Público). Rui Pinto fica em prisão preventiva e tem de ser julgado e condenado até 22 de setembro ou sai em liberdade.
19 de janeiro de 2020
Detido assiste ao rebentar do escândalo "Luanda Leaks" (dos negócios de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos), do qual foi denunciante.
30 de janeiro de 2020
Última publicação de Rui Pinto no Twitter: "Acho que os cidadãos portugueses já perceberam que a minha prolongada e desproporcional prisão preventiva tem como objetivo primordial silenciar as minhas denúncias e manter escândalos como o Luanda Leaks fechados a sete chaves. Vistos Gold, Escom, BES Angola... Há ainda muita coisa que os portugueses merecem saber".
4 de fevereiro de 2020
Tribunal da Relação de Lisboa confirma a manutenção da prisão preventiva. Seguem-se queixas dos seus advogados e apoiantes contra Portugal e as autoridades europeias e petições apelando à libertação.
22 de março de 2020
Rui Pinto completa um ano de reclusão em Lisboa.
8 de abril de 2020
Rui Pinto deixa a prisão da Polícia Judiciária, em Lisboa, ficando em prisão domiciliária. "Medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária", anunciam os advogados em comunicado. A decisão foi do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e o despacho judicial justifica: "Apresenta agora um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a justiça".
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