Testemunha revela ter visto Orelhas em cima de adepto do FC Porto esfaqueado em 2022
A testemunha chegou demonstrando nervosismo e com “medo” à sala de audiências do Tribunal de São João Novo, no Porto, o que levou a presidente do coletivo de juízes a solicitar a saída dos arguidos para uma outra sala, onde assistiram ao testemunho por videoconferência
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Uma testemunha que assistiu aos confrontos que levaram à morte de um adepto junto ao estádio do FC Porto, durante os festejos do título de 2022, afirmou hoje em julgamento ter visto um dos arguidos “em cima” da vítima.
A testemunha chegou demonstrando nervosismo e com “medo” à sala de audiências do Tribunal de São João Novo, no Porto, - onde decorre mais uma sessão do julgamento de sete pessoas envolvidas no homicídio de Igor Silva – o que levou a presidente do coletivo de juízes a solicitar a saída dos arguidos para uma outra sala, onde assistiram ao testemunho por videoconferência.
A testemunha, que na ocasião sofreu ferimentos, quando tentava prestar socorro, e teve de receber assistência hospitalar, afirmou ter visto o adepto no chão, com o arguido Marco Gonçalves, conhecido como Marco Orelhas, em cima do seu tronco, enquanto uma outra pessoa, que não conseguiu identificar, “agarrava” as pernas da vítima.
De então para cá, a mulher disse viver com receio, tendo alterado as suas rotinas, com receio do que lhe possa acontecer, uma vez que mora “num bairro social, onde vivem, também, amigos dos arguidos”.
Este julgamento tem sete arguidos acusados de homicídio qualificado, três de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.
Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 11 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado e em prisão preventiva, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.
A 8 de maio de 2022, cerca das 2h00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.
E, acrescenta a acusação, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.
Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.