Johansson revelou que Sam Altman, CEO da OpenAI, tentou convencê-la a participar no seu produto, cedendo os direitos de utilização da sua voz, algo a que se recusou
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A Open AI, empresa de inteligência artificial (IA) responsável pelo ChatGPT, viu-se obrigada a retirar uma das vozes do seu produto na sequência de uma ameaça de processo judicial por parte da atriz norte-americana Scarlett Johansson, que acusou o consórcio de utilizar uma imitação da sua voz sem o seu consentimento.
Num comunicado reproduzido pela imprensa dos Estados Unidos, Johansson revelou que Sam Altman, CEO da OpenAI, tentou convencê-la a participar no seu produto, cedendo os direitos de utilização da sua voz, algo a que se recusou, ficando por isso em choque quando foi informada que a tecnologia tinha introduzido uma voz praticamente idêntica à sua, denominada “Sky”.
“Quando ouvi a ‘demo’, fiquei estupefacta, furiosa e incrédula por Sam Altmann ter procurado uma voz que soava estranhamente igual à minha, tanto que os meus amigos mais próximos e a imprensa não conseguiam notar a diferença. Ele disse que eu podia criar uma ponte entre empresas tecnológicas e criativos. E o que os consumidores sentir-se-iam mais cómodos com a mudança sísmica relacionada com os humanos e a IA”, relatou, mostrando-se preocupada com as possíveis consequências desta tecnologia em termos de manipulação de conteúdos.
Em reação, a Open AI suspendeu a voz “Sky”, numa decisão que justificada por “respeito” à atriz de 39 anos, mas negou ainda assim que a voz de Johansson tenha sido replicada sem o seu consentimento, referindo que o produto em questão pertence a outra pessoa, cuja identidade não revelou.
“As vozes da IA não devem imitar deliberadamente a voz distinta de uma pessoa famosa: a voz da Sky não é uma imitação de Scarlett Johansson, já que pertence a uma atriz profissional que usa a sua própria voz natural. Para proteger a sua privacidade, não podemos revelar os nomes dos nossos atores de voz”, referem.