O jornalista e comentador televisivo Rui Santos deixou esta tarde entender em tribunal que a precária situação financeira da maioria dos clubes decorre da falta de transparência das movimentações financeiras em que, na sua generalidade, os mesmos estão envolvidos
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"As operações financeiras deviam ser totalmente transparentes e não percebo porque o não são. Tem que haver uma razão para os clubes quase todos terem as finanças no vermelho. Como é que os clubes têm as suas contas no vermelho? Onde é que está o dinheiro?", afirmou Rui Santos, durante a 41.ª sessão do julgamento do caso Football Leaks, a decorrer no Juízo Central Criminal, ao Campus de Justiça, em Lisboa.
"Os mecanismos de autorregulação falham permanentemente e eu gostaria que fosse muito mais transparente do que é.(...) Tentei fundar uma casa de transferências, uma sede onde todos os movimentos financeiros seriam declarados, onde não deixasse a mínima dúvida.(...) Já há 15 anos tinha a noção que muita coisa neste plano não era observada .(...)", acrescentou.
Nesse sentido, Rui Santos elogiou o papel desempenhado por Rui Pinto na divulgação de documentos que permitiram a compreensão da movimentação de determinados fluxos financeiros que, no mínimo, são pouco éticos: "O que foi revelado foi muito importante para se fazer luz de muita coisa que se sabia que existia, mas que estava camuflada e era de acesso muito difícil. O contributo de Rui Pinto foi uma luz ao fundo do túnel em relação ao que percecionamos, importante para instituições perceberem que há um tanto de trabalho a fazer para aumentar a credibilidade de uma indústria que manobra milhões e que é também do interesse do erário público (...) A sociedade e suas instituições devem aumentar a vigilância."