
.
AFP
Declarações de Rui Pinto no Tribunal Central Criminal de Lisboa, reproduzidas pelo JN.
O criador do Football Leaks, Rui Pinto, começou na manhã desta segunda-feira a prestar declarações perante o coletivo de juízes que o está julgar desde 4 de setembro de 2020 no âmbito de um processo no qual responde por um total de 90 crimes.
No início do seu depoimento, o pirata informático recordou as condições em que esteve preso na Hungria [depois de ser detido, em janeiro de 2019]. "Só podia tomar banho três vezes por semana, a alimentação era completamente medíocre. Os guardas prisionais não me viam com muitos bons olhos por causa da situação do Cristiano Ronaldo com [a alegada violação] de Kathryn Mayorga e a tortura psicológica era constante", começou por dizer.
"Todo o mediatismo do caso deixou-me um pouco fragilizado. Particularmente a detenção num estabelecimento prisional húngaro foi um período bastante complicado", continuou, dizendo depois que foi isso que o fez, na altura, prestar declarações em tribunal diferentes das que está a dar esta segunda-feira.
Rui Pinto esclareceu que o "Football Leaks" foi um projeto idealizado com amigos, dos quais nada revelou. "A princípio, não levaram muito a sério, mas depois empenharam-se", afirmou.
Nessa altura, na Chéquia, já tinham "tido acesso a determinado tipo de informação, através de acessos ilegítimos", mas Rui Pinto garante não ter sido o autor desses acessos. "Olhando para o secretismo do futebol, é praticamente impossível encontrar informação em fontes abertas", disse ainda.
15238475
15238452
