Proposta angolana do Dia da Libertação da África Austral aprovada por unanimidade na Cimeira da SADC
A proposta apresentada por Angola para a instituição da data "23 de março" como Dia da Libertação da África Austral foi aprovada hoje por unanimidade dos 15 Estados-membros da organização regional que congrega 15 países.
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O "23 de março" marca a data da batalha do Cuito Cuanavale, na província do Cuando Cubango (sul de Angola), o maior conflito militar da guerra civil angolana, que decorreu entre 15 de novembro de 1987 e aquele dia de 1988.
O conflito opôs os exércitos das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), apoiado por Cuba, e da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com apoio da África do Sul.
O fim da batalha marcou um ponto de viragem decisivo na guerra, incentivando paralelamente um acordo entre sul-africanos e cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à aplicação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, levando à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial que vigorava na África do Sul.
A este propósito, o Presidente de Angola, João Lourenço, na intervenção que fez hoje na Cimeira, manifestou a "maior satisfação" com o pleno da decisão.
"É com a maior satisfação que agradecemos e ao mesmo tempo congratulamos todos os Estados Membros da SADC por terem adotado por unanimidade, o dia 23 de março como Dia da Libertação da África Austral, espaço territorial da jurisdição da SADC (...), honrando e homenageando deste modo os heróis conhecidos e anónimos que contribuíram decisivamente para abrir caminho à libertação da nossa região", salientou.
Outra proposta apresentada por Angola e que ainda vai a votação é a transformação do Fórum Parlamentar da SADC em Parlamento Regional, trabalho feito pelo Presidente da Assembleia Nacional (AN) angolana, Fernando Piedade Dias dos Santos.
Sobre o assunto, e na sua intervenção, João Lourenço considerou que os deputados, enquanto representantes diretos de cerca de 300 milhões de habitantes, "têm um importante papel na promoção do crescimento económico sustentável, da cooperação e integração económica, da boa governação, da paz e segurança".
"[Têm também um papel] no reforço da solidariedade e na edificação de um destino comum para os povos da região Austral de África", acrescentou.
Criada a 17 de agosto de 1992, em Windhoek, a SADC tem como objetivo promover o crescimento e desenvolvimento económico e sustentável, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida dos povos da região, bem como prover auxílio aos mais desfavorecidos.
A SADC foi criada a 17 de outubro de 1992 e integra Angola, Moçambique, África do Sul, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Namíbia, Seychelles, Eswatini (ex-Suazilândia), Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.
