Primeiro-ministro apela à serenidade e ao "espírito de unidade nacional" acerca dos incêndios
O primeiro-ministro apelou esta quinta-feira à serenidade e ao "espírito de unidade nacional" para a resolução do "drama" dos incêndios e anunciou que o Governo está já a trabalhar no apoio às populações afetadas
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Questionado sobre os incêndios que afetam principalmente o norte país e as queixas sobre a falta de meios, nomeadamente aéreos, Luís Montenegro disse perceber que um “autarca ou um popular possa exprimir a sua preocupação” e que “isso é perfeitamente normal”.
“Quando somos confrontados com situações que são de aflição queremos ter a resposta perto de nós e isso é legítimo, nós sabemos disso, mas nós estamos a fazer esse esforço e isso parece-me que é indiscutível e, portanto, mais do que criar qualquer tipo de polémica, aquilo que eu queria era apelar à serenidade e apelar também ao espírito de unidade nacional para podermos todos colaborar na resolução de um drama que nos preocupa a todos”, afirmou.
O primeiro-ministro adiantou ainda que o Governo, através do ministro da Economia e da Coesão Territorial, já está a “criar condições para o apoio posterior à resolução destes incêndios, para que as pessoas possam recuperar rapidamente as condições para terem as suas vidas normalizadas”.
PR pede que não se façam apelos desproporcionais para ativar mecanismo europeu
O Presidente da República pediu hoje que não se façam apelos desproporcionais para acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para combater os incêndios, argumentando que há o risco de banalizar esse tipo de pedido.
Em declarações aos jornalistas na ilha do Pico, nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, neste momento, a prioridade deve ser “prevenir o que possa acontecer nas próximas semanas” e “não recorrer a meios extremos” como se a “situação fosse da gravidade” vivida já em outros países.
O Presidente da República falava após o pedido, esta quarta-feira, do presidente da Câmara de Ponte da Barca ao Governo para que fosse acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil ou outros acordos bilaterais com países para combater o incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
“Parece que é prudente não começar por fazer apelos que são desproporcionados em relação ao tempo que vivemos e às circunstâncias que vivemos, banalizando esse pedido e tornando mais difícil, no caso de uma emergência mais grave, o recurso a ele”, disse.
Marcelo explicou que esteve na Proteção Civil - sem a presença da comunicação social - na passada terça-feira e foi dessa ida que “recolheu essa sensação” sobre o acionamento do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
O Presidente da República disse ainda, sobre o incêndio em Ponte da Barca, que o município já está a receber apoio de meios espanhóis, lembrando que “há um acordo que diz que até 25 quilómetros da fronteira há uma intervenção automática de um lado e de outro”.
O pedido do autarca social-democrata de Ponte da Barca surgiu depois vários apelos que tem vindo a dirigido ao Governo, sem sucesso, para reforço dos meios aéreos para combate ao incêndio que começou no sábado no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
“É impossível combater este incêndio com apenas um meio aéreo. Esta frase diz tudo. Estou indignado, revoltado”, afirmou à Lusa Augusto Marinho.
No mesmo dia, Portugal pediu assistência de satélite à União Europeia (UE), através do sistema Copernicus, mas ainda não ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, indicou à Lusa a Comissão Europeia.
Segundo a Comissão Europeia, "ainda não foi feito um pedido para ativar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil", mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) pediu imagens de satélite para os incêndios que afetam os municípios de Arouca, no distrito de Aveiro, e Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo.