Abdul Bashir, de 34 anos, é afegão. Estará em Portugal há cerca de um ano e estaria a frequentar uma aula de português no Centro Ismaili levar a cabo o ataque.
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O homem suspeito do ataque desta terça-feira no Centro Ismaili em Lisboa, num presumível "ato isolado", é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades, disse o ministro da Administração Interna.
"Tudo leva a crer que se trata de um ato isolado", afirmou José Luís Carneiro, acrescentando que as circunstâncias e as motivações do crime estão a ser alvo de investigação, e alertando para a necessidade de "evitar análises precipitadas".
O suspeito do ataque, Abdul Bashir, de 34 anos, é refugiado e passou por vários campos de refugiados até chegar a Portugal, incluindo na Grécia. Estaria a receber apoio devido a problemas psicológicos.
De acordo com o Jornal de Notícias, já depois de chegar a Portugal, Abdul foi para a Alemanha, mas foi mandado de volta a Portugal, onde obteve o estatuto de refugiado. Acabou por regressar ao nosso país há cerca de três meses e mantinha-se cá algo contrariado, segundo o JN.
A mulher de Abdul, com quem teve três filhos, morreu num campo de refugiados.
O que se sabe sobre o ataque
O presumível autor do ataque hoje ao Centro Ismaili, em Lisboa, é de nacionalidade afegã, enquanto as duas mulheres mortas pelo alegado suspeito são de nacionalidade portuguesa.
As vítimas, na casa dos 20 e dos 40 anos, estavam no interior do Centro Ismaili, na Avenida Lusíada, quando um homem entrou no espaço com uma arma branca.
Em comunicado, a PSP deu conta de que o ataque ocorreu pelas 11:00 e que foi levado a cabo por "um homem armado com uma faca de grandes dimensões", tendo a PSP disparado sobre o suspeito, o qual se encontra no Hospital de São José, em Lisboa.
De acordo com um comunicado da direção nacional da PSP, o ataque "com arma branca" no centro ismaelita foi comunicado à polícia às 10:57, tendo os primeiros agentes que responderam à ocorrência chegado ao local um minuto depois.
"Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão", revelou a PSP, acrescentando que, face a esta "ameaça grave", os agentes dispararam contra o atacante, "atingindo e neutralizando o agressor".
Num comunicado enviado à Lusa, o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali, revelou que o ataque ocorreu quando decorriam aulas e outras atividades no Centro Ismaili, mas disse desconhecer as motivações do homem que entrou nas instalações do centro armado com um objeto cortante.
Neste momento, estão a decorrer investigações por parte da Polícia Judiciária.
O agressor foi transportado ao Hospital de São José (Lisboa), onde está a ser tratado aos ferimentos provocados pela intervenção da PSP.
Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) contactada pela Lusa disse que o alerta foi dado às 10:53: "Há dois mortos a registar e dois feridos graves, um dos quais foi encaminhado para o Hospital de São José e outro, por meios próprios, para o Hospital de Santa Maria."
Por seu turno, fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte confirmou que o Hospital de Santa Maria recebeu na urgência um homem que chegou por meios próprios à unidade. A vítima está "na casa dos 30 anos" e tem "ferimentos ligeiros no peito", após ter sido esfaqueado.
Na nota divulgada ao final da manhã, a PSP apelou à serenidade e tranquilidade dos cidadãos, salientando que foram "mobilizado os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes".