Mário Soares continua em coma profundo e sem qualquer suporte técnico às funções vitais.
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O estado de saúde do antigo Presidente da República Mário Soares estabilizou relativamente a quinta-feira, mantendo-se a situação muito crítica e o prognóstico reservado, anunciou hoje o porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha, onde está internado.
"O estado de saúde do Presidente da República Mário Soares está estabilizado relativamente ao dia de ontem [quinta-feira], mantendo a equipa clínica que o acompanha a situação como muito crítica e com prognóstico reservado", disse o porta-voz do hospital, José Barata.
Mário Soares, acrescentou, continua em coma profundo e sem qualquer suporte técnico às funções vitais.
"Pode-se dizer que os sinais pelo menos estão numa situação normal, os sinais vitais. Isso permite dizer que a situação hoje está estabilizada e que está relativamente melhor que ontem", adiantou em resposta às questões dos jornalistas.
Segundo José Barata, nova informação clínica sobre o estado de saúde do antigo Presidente da República será emitida no sábado, às 12:00.
Durante a manhã, em conversa com os jornalistas, o sobrinho de Mário Soares Eduardo Barroso descreveu-o como "uma força da natureza".
Escusando-se a falar sobre questões médicas, Eduardo Barroso, que é médico, confirmou apenas que Mário Soares se mantém sem qualquer suporte técnico às funções vitais, adiantando que não se irá "cair na loucura de tentar procurar prolongar a vida".
"Há altura em que temos de saber parar, não ventilar, tomar decisões difíceis", disse, recorrendo à sua própria experiência enquanto médico.
Ou seja, acrescentou, "não se vai fazer diálise, não se vai ventilar, não se vai fazer nada cardíaco" e "essa decisão está tomada".
"Mas, neste momento, funciona tudo", sublinhou.
Internado desde o dia 13 de dezembro, o antigo Presidente fora transferido dia 22 dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.
No entanto, no sábado, um agravamento súbito da situação clínica obrigou ao regresso do antigo chefe de Estado à Unidade dos Cuidados Intensivos.
