Kamala Harris anuncia Tim Walz como candidato a vice-presidente dos Estados Unidos
Corpo do artigo
A candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, apresentou hoje o candidato a vice-presidente, Tim Walz, como um "governador, treinador, professor e veterano", que "trabalha pelas famílias como a dele".
"Tenho orgulho em anunciar que pedi ao Tim Walz para ser meu companheiro de corrida", anunciou Kamala Harris na rede social X.
"Como governador, treinador, professor e veterano, ele trabalha pelas famílias como a dele. É ótimo tê-lo na equipa. Agora vamos trabalhar", adiantou a candidata, nomeada hoje oficialmente pelo Partido Democrata para disputar a corrida à Casa Branca com o republicano Donald Trump.
Walz, governador do estado norte-americano do Minnesota, era um de três políticos democratas nos quais Kamala Harris tinha focado a sua busca por um parceiro de candidatura, sendo os outros o governador da Pensilvânia Josh Shapiro e o senador do Arizona Mark Kelly.
O novo candidato a vice-Presidente reagiu pouco depois de Kamala confirmar a notícia da sua escolha, que havia sido avançada por alguns media norte-americanos.
"É a maior honra em toda a minha vida juntar-me a Kamala Harris nesta campanha", disse Walz.
"Vou dar tudo de mim. A vice-Presidente Harris está a mostrar-nos a política do que é possível. Lembra-me um pouco do primeiro dia de escola", adiantou.
Walz foi professor antes de iniciar a sua vida política que o levou a governador do estado de Minnesota.
Embora não seja muito reconhecido fora das fronteiras do seu estado do Minnesota, este homem de 60 anos distinguiu-se nas últimas semanas pelas suas repetidas farpas contra Donald Trump e contra a sua equipa, que descreve como um grupo de “tipos estranhos”.
Nascido no estado do Nebraska, Walz passou muitos anos no mundo do ensino, principalmente como professor de geografia e treinador de futebol americano, que ensinou durante alguns meses na China, logo após os acontecimentos de Tiananmen na primavera de 1989.
Em janeiro de 2019, Tim Walz tornou-se governador do Minnesota, estado da região dos Grandes Lagos, que faz fronteira com o Canadá.
Quase um ano depois, foi obrigado a lidar com duas grandes crises: a pandemia de covid-19 e a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado enquanto estava sob custódia policial.
Também logo após a notícia da escolha do governador do Minnesota campanha do candidato republicano à Presidência, Donald Trump, acusou hoje Tim Walz de ser um “perigoso radical de esquerda”.
“Desde propor a sua agenda livre de carbono, até sugerir muito restritos padrões de emissão de carros a combustível e abraçar políticas que permitem a condenados votar, Walz está obcecado em difundir a agenda de esquerda da Califórnia”, escreveu a campanha republicana, num comunicado, pouco depois de ser noticiada a escolha do número dois democrata.
“Não admira que a liberal de São Francisco Kamala Harris queira o aspirante Tim Walz como seu companheiro de candidatura”, argumentou a candidatura de Trump, denunciando que Walz desperdiçou o seu tempo como governador a reformatar o Minnesota à imagem da Califórnia, um estado conotado com as ideias de esquerda.
A escolha de Tim Walz para candidato a vice-presidente está a ser recebida com entusiasmo pelos democratas de várias alas do partido, enquanto os republicanos procuraram rotular o governador como político de esquerda radical.
Barack e Michelle Obama consideraram que Harris “escolheu o parceiro ideal” num homem que “tem valores e a integridade” que são motivo de "orgulho".
“Tal como a vice-Presidente Harris, o governador Walz acredita que o governo funciona para nos servir”, afirmou em comunicado o ex-casal presidencial, destacando a “decência e respeito” com que Walz trata todos.
Hillary Clinton mostrou-se “contentíssima” pela escolha, salientando medidas que Walz tomou enquanto governador como oferecer refeições nas escolas e instituir licença de parentalidade paga.
“Ele é um incrível parceiro para a nossa primeira mulher Presidente. Vamos lá ganhar isto”, declarou Clinton.
O governador da Pensilvânia Josh Shapiro, que era o outro forte candidato ao cargo, comprometeu-se a unir os cidadãos do estado para eleger Harris e Walz e derrotar Donald Trump.
Também a congressista Alexandria Ocasio-Cortez elogiou a escolha: “A vice-presidente Harris tomou uma excelente decisão escolhendo o governador Walz como parceiro de corrida. Juntos, vão governar de forma eficaz, inclusiva e corajosa em prol do povo americano”.
O congressista pelo Wisconsin Mark Pocan salientou que “todas as estradas para a Casa Branca passam pelo centro oeste” e ninguém melhor que o governador do Minnesota pode ajudar a guiá-las. “Conheço o Tim há anos e ele não podia ser mais real”.
Fora do circuito partidário, o presidente do grupo ambientalista NRDC elogiou a escolha pelas credenciais do governador em matéria de energia limpa.
“Esta é a candidatura vencedora no clima”, declarou Manish Bapna, no X. “A administração Harris-Walz vai estar pronta, no primeiro dia, para construir em cima da mais forte ação climática de sempre, e entregar ganhos ainda maiores na luta global contra o desafio existencial dos nossos dias”.
Pelo Movimento Não Comprometido, que se opôs a Biden e está sediado no Minnesota, a responsável Elianne Farhat declarou que Walz “demonstrou uma capacidade notável de evoluir como líder público, unindo a diversa coligação democrática para alcançar marcos significativos para famílias de todos os tipos no Minnesota”.
Do lado adversário, a Associação de Governadores Republicanos acusou Walz de “tentar vender-se como um moderado”, mas apoiar políticas progressistas.
O governador da Florida Ron DeSantis caracterizou a dupla Harris-Walz como a “mais à esquerda da História americana”, chamando ao Minnesota o epicentro dos motins Black Lives Matter de 2020.
Lindsey Graham, senador pela Carolina do Sul, disse no X que este é “um grande dia para a esquerda, um mau dia para o centro da América” e o congressista Steve Scalise disse que Walz é “um radical” que “deixou os amotinados queimarem Minneapolis”, capital do Minnesota, em 2020.
“Tim Walz seria o pior VP da História”, escreveu o candidato republicano Donald Trump na sua rede Truth Social, numa declaração que acompanhou um comunicado emitido pela campanha.
“Tal como Kamala Harris, Tim Walz é um perigoso extremista liberal, e o sonho californiano Harris-Walz é o pesadelo de todos os americanos”, lê-se na reação da campanha de Trump. O comunicado acusou o governador de querer remodelar o Minnesota à imagem da Califórnia e de fingir que defende os interesses da América rural.
Walz foi professor antes de iniciar a sua vida política que o levou a governador do estado de Minnesota.
Embora não seja muito reconhecido fora das fronteiras do seu estado do Minnesota, este homem de 60 anos distinguiu-se nas últimas semanas pelas suas repetidas farpas contra Donald Trump e contra a sua equipa, que descreve como um grupo de “tipos estranhos”.
Nascido no estado do Nebraska, Walz passou muitos anos no mundo do ensino, principalmente como professor de geografia e treinador de futebol americano, que ensinou durante alguns meses na China, logo após os acontecimentos de Tiananmen na primavera de 1989.
Em janeiro de 2019, Tim Walz tornou-se governador do Minnesota, estado da região dos Grandes Lagos, que faz fronteira com o Canadá.
Quase um ano depois, foi obrigado a lidar com duas grandes crises: a pandemia de covid-19 e a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado enquanto estava sob custódia policial.