Francisco Louçã: "Não se protege um criminoso só porque escondeu bem o seu rasto"
Político contesta as questões quanto à ilegalidade na obtenção dos documentos que resultaram no Football Leaks.
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Em tribunal, no julgamento do "Football Leaks", Francisco Louçã não quis emitir uma opinião sobre eventuais ilegalidades na forma de obtenção dos documentos que resultaram neste caso.
O político e professor universitário considera que, em geral, "os fins não justificam os meios", mas que, de qualquer forma, não se sente "com competência jurídica" para emitir uma opinião sobre ilegalidades que possam ter sido cometidas neste caso.
O que defende, sem deixar margem para dúvidas, é que, a partir do momento em que os documentos existem, os crimes em questão têm que ser investigados - e com a ajuda desses mesmos documentos.
"Não se protege um criminoso só porque ele escondeu bem o seu rasto. Pelo contrário. Tem é que se ir atrás dele", afirmou aos jornalistas, depois de ter prestado declarações na 39.ª sessão deste julgamento que tem Rui Pinto e Aníbal Pinto como arguidos.
Louçã colocou-se depois na pele de um juiz: "Se estivesse no papel de um juiz e me dissessem a mim: "Toma lá, está aqui o mapa do tesouro com todas as informações que precisas", então eu sentiria a obrigação de avançar a investigação no sentido de proteger as vítimas. Isso para mim é a democracia."