A Escola do Mar dos Açores, instalada na ilha do Faial, vai começar a lecionar ainda este ano cursos de formação modular na área das pesca e das comunicações, anunciou hoje o Governo Regional.
Corpo do artigo
"Pretendemos dar início à atividade da Escola do Mar com cursos de formação modular, como os cursos de pesca e comunicações", explicou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, na cidade da Horta, durante a cerimónia de assinatura da constituição da Associação para o Desenvolvimento e Formação do Mar dos Açores, que irá gerir o futuro estabelecimento de ensino.
Segundo declarou o governante, este tipo de formação "poderá arrancar no final deste ano", embora a intenção passe também por lecionar "cursos de dupla certificação de nível IV e Cursos de Especialização Tecnológica de nível V", a partir de 2020, em áreas como mestrança e marinhagem, reparação e construção naval, aquacultura, mergulho ou atividades marítimo-turísticas.
"Pretende-se que a oferta formativa da Escola do Mar dos Açores dê resposta às necessidades no que respeita a certificação e formação contínua de marítimos que trabalham já no mercado regional ou de fora da região", assegurou Gui Menezes, acrescentando que o desejo é que este estabelecimento tenha também capacidade de "atrair público externo, com interesse nas profissões do mar tradicionais e emergentes".
A Associação para o Desenvolvimento e Formação do Mar dos Açores foi criada através de uma parceria entre o Governo Regional, a Universidade dos Açores, a Escola Náutica Infante D. Henrique e a Câmara Municipal da Horta.
"É um projeto que se reveste de enorme importância a nível local e regional, e que ambicionamos, também, que possa vir a ter projeção no contexto nacional e internacional", realçou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, admitindo que o processo passou por "certas contingências", do ponto de vista administrativo e técnico, que fizeram atrasar o arranque da escola.
Segundo Gui Menezes, este estabelecimento de ensino está também capacitado para que as instituições de ensino superior associadas possam, de forma independente, utilizar as infraestruturas e as suas valências para lecionarem cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), caso assim o desejem.
"Pretendemos também que a EMA possa estabelecer parcerias estratégicas com empresas privadas e públicas para a formação e a especialização de marítimos e de outros profissionais em áreas conexas, que sejam do seu interesse", acrescentou o governante.
Gui Menezes lamentou, por outro lado, "algumas críticas irresponsáveis e temporalmente despropositadas" que têm vindo a ser feitas em relação à Escola do Mar dos Açores, considerando que se baseiam em "premissas erradas" ou na "falta de conhecimento" sobre as matérias em análise.
"É para mim incompreensível e lastimável que se ouçam vozes contra a Escola do Mar dos Açores, que põem em causa a sua oferta formativa, denegrindo a imagem da escola antes sequer de esta ter aberto portas e a Associação ter sido criada", apontou o governante.
Luís Filipe Batista, da Escola Náutica Infante D. Henrique, destacou, por outro lado, a grande procura que existe, a nível internacional, por técnicos com formação náutica, por parte dos armadores internacionais.
"Estima-se que, em 2025, vai haver um défice de cerca de 250 mil oficiais da marinha mercante no mundo inteiro, muitos deles na marinha comunitária, e seria extremamente importante para Portugal, dinamizar a formação nesta área", insistiu aquele responsável.
A Escola do Mar dos Açores corresponde a um investimento de sete milhões de euros e assume-se como um projeto estratégico para alavancar o "crescimento azul".