Estrasburgo, França, 02 jul 2019 (Lusa) -- O eurodeputado do PAN, Francisco Guerreiro, lamentou hoje a solução proposta pelo Conselho Europeu para os cargos de topo da União Europeia (UE), sustentando que desconsiderou o processo de candidatos principais dos grupos políticos do Parlamento Europeu.
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O eurodeputado, que falava à imprensa quando ainda estava a ser negociada a nomeação da alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, recusou a possibilidade de apoiar a candidata.
"Não, de modo algum, não é uma candidata que tenha vindo das famílias europeias, do processo de candidatos principais. Mais uma vez desconsidera-se aqui o papel do Parlamento Europeu e das famílias europeias na construção desta maioria", disse.
Francisco Guerreiro, que no PE integra o grupo dos Verdes, criticou igualmente que esta família política europeia, que registou importantes ganhos nas eleições de maio, esteja a ser desconsiderada nas negociações.
"É todo o processo [que está mal] e os Verdes não têm sido considerados na importância da escolha de candidatos que se comprometam com uma transição. É o jogo do costume, em que as grandes famílias europeias decidem e depois não há um projeto de transição e não há candidatos que apresentem uma real transição, de que necessitamos muito rapidamente e em que a Europa tem um papel fundamental", afirmou.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram hoje a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, anunciou Donald Tusk.
Anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, o compromisso alcançado ao fim de uma 'maratona' negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, desde as 18:00 de domingo (menos uma hora em Lisboa), contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.
A solução foi a encontrada depois da rejeição, pelo Partido Popular Europeu (PPE) da proposta negociada à margem da cimeira do G20 pela chanceler alemã Angela Merkel (PPE), o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez (Socialistas), o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte (Liberais), para a designação do socialista holandês Frans Timmermans, candidato principal dos socialistas, para a presidência da Comissão Europeia, e Manfred Weber, 'spitzen' dos conservadores.