Sem apoio da comunidade internacional, Maduro fechou as fronteiras e reforçou o espaço aéreo. Os Estados Unidos aumentaram a recompensa por informações que levem á sua captura
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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tomou hoje posse para um terceiro mandato, apesar de a oposição reivindicar vitória nas eleições presidenciais de julho e após protestos no país sul-americano e no estrangeiro contra a repressão exercida pelo seu governo.
Maduro prestou juramento de posse perante a Assembleia Nacional (parlamento) controlada pelo partido no poder, um dia depois da principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ter anunciado ter sido brevemente detida pelas forças de segurança do Estado, acusação negada pelo governo.
Sem o reconhecimento da comunidade internacional, Nicolás Maduro viu hoje os Estados Unidos aumentarem a recompensa por informações que levem à sua captura para 25 milhõpes de dólares.
Edmundo González Urrutia, que reclama ter vencido o ato eleitoral, não viajou para a Venezuela por motivos de segurança, e María Corina Machado, principal rosto da oposição, disse ter-se tratado de um golpe de estado de Maduro.
Nicolás Maduro encerrou esta sexta-feira as fronteiras e colocou grupos militares, reforçando ainda as defesas aéreas do país.
A líder opositora venezuelana Maria Corina Machado anunciou hoje que o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que a oposição diz ter vencido as últimas eleições presidenciais, voltará ao país apenas "quando as condições forem propícias".
"Edmundo virá à Venezuela para prestar juramento como Presidente constitucional da Venezuela no momento certo, quando as condições forem adequadas", afirma Machado num vídeo divulgado na sua conta da X, antigo Twitter.
González havia anunciado que estaria hoje em Caracas para tomar posse como Presidente.
Nicolás Maduro, atual Presidente, tomou hoje posse para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição reivindicar vitória nas eleições presidenciais de julho e após protestos no país sul-americano e no estrangeiro contra a repressão exercida pelo seu governo.
No vídeo divulgado nas redes sociais, Machado sublinha que "na sua paranóia delirante, o regime [de Nicolás Maduro] não apenas fechou o espaço aéreo da Venezuela, como ativou todo o sistema de defesa aérea" durante o dia.
"Avaliámos, portanto, tudo isto e decidimos que não é oportuno que Edmundo entre hoje na Venezuela. Pedi-lhe que não o faça, porque a sua integridade é fundamental para a derrota final do regime e para a transição para a democracia, que está muito próxima", sublinha.
Maria Corina Machado sublinha ainda que "Maduro não poderá governar pela força uma Venezuela que decidiu ser livre".