Costa: "É fundamental que nos preparemos para este mês crítico que vamos ter pela frente"
Primeiro-ministro explicou a função das unidades de retaguarda aos hospitais, apelou à continuação da prevenção e organização na solidariedade e antecipou que o estado de emergência deve ser prolongado por Marcelo Rebelo de Sousa
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O primeiro-ministro António Costa visitou esta segunda-feira o novo hospital de campanha instalado no antigo hospital militar de doenças infecto-contagiosas na Ajuda, em Lisboa, e à saída antecipou que "o país vai entrar no mês mais crítico desta pandemia",
"É fundamental que nos preparemos para este mês que vamos ter pela frente. Os nossos hospitais têm vindo a dar resposta às necessidades, estamos a fazer tudo para que continuem a dar resposta, mas obviamente que se a pandemia continuar a evoluir como está projetado que venha a estar, é fundamental podermos ter estas unidades de retaguarda", acrescentou o chefe de Governo.
Costa apelou ainda à coordenação na mobilização de esforços. "É fundamental a mobilização de todos, mas essa mobilização deve ser organizada. É muito importante que quem quer fazer donativos, quem quer tomar iniciativas, as procure articular através das Administrações Regionais de Saúde, sob pena de nós termos a concentração de muitos recursos onde eles menos são necessários, e de nos falharem recursos essenciais onde eles são absolutamente indispensáveis. A boa vontade de todos é fundamental, mas tem de ser organizada", vincou.
"Como já vimos em experiências anteriores, perante grandes catástrofes, quando a generosidade não é devidamente organizada, perdemos e desperdiçamos recursos", prosseguiu, insistindo: "Hoje não podemos desperdiçar recurso nenhum."
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"Temos de ter sempre na mente o seguinte princípio: desejar o melhor, mas estar preparados para o pior. O melhor será seguramente que nenhuma destas camas alguma vez venha a ser utilizada, mas termos a segurança de que elas existem caso venha a ser necessárias", continuou o primeiro-ministro, apelando aos portugueses no contributo ativo para a prevenção da pandemia: "O vírus não anda sozinho. O vírus só anda onde nós o levamos."
O período de estado de emergência está prestes a terminar em Portugal - 2 de abril -, devendo ser prolongado por mais 15 dias pelo Presidente da República. A respeito, Costa disse que "com ou sem estado de emergência, as medidas que têm vindo a ser adotadas vão ser prolongadas".