CORREÇÃO: PEV critica Governo por "atropelo à democracia" na exploração de lítio no Barroso
(NOVA VERSÃO DA NOTÍCIA CORRIGINDO NO PRIMEIRO PARÁGRAFO A REFERÊNCIA AO CONCELHO ONDE ESTÃO LOCALIZADAS AS MINAS DE LÍTIO, QUE É MONTALEGRE E NÃO PORTALEGRE)
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Lisboa, 02 jul 2019 (Lusa) - O deputado de "Os Verdes" (PEV) José Luís Ferreira criticou hoje o processo de licenciamento de minas de exploração de lítio em terras de Barroso, Montalegre, considerando que está a ser um "atropelo à democracia".
Em declaração política, no parlamento, o parlamentar ecologista caraterizou a "formalização prematura deste contrato de exploração" [no concelho de Montalegre] como "prenúncio de um crime ambiental" e "um monumental descrédito dos instrumentos e procedimentos de avaliação ambiental".
"Para além disso, mas não menos grave, é ainda todo o atropelo à democracia que este caso tem consubstanciado", acusou, frisando que o executivo do PS assegurara ao PEV que "não haveria qualquer exploração de lítio em nenhuma das áreas classificadas do país", mas, "como ficou claro, a localização das minas de Boticas e de Montalegre, contrariam grosseiramente a garantia dada".
"'Os Verdes' consideram que, neste processo, o Governo está a `pôr o carro à frente dos bois' e é disso mesmo que se trata e é esta a síntese que tem de se fazer quando primeiro se assina o contrato e só depois se avaliam os impactos", insistiu.
O deputado comunista Bruno Dias concordou que "este processo nasceu torto e até agora não se endireita", já que "não teve do Governo os devidos acompanhamento e transparência" e o democrata-cristão Filipe Anacoreta Correia acusou o executivo socialista de já ter "dito e desdito, anunciado e voltado a trás", numa "duplicidade crónica" do PS.
"O lítio é um recurso natural que pode alavancar em muito a economia circular, não pode ser diabolizado. É um elemento fundamental para promover a transição energética e a descarbonização da economia", contrariou o socialista Renato Sampaio.
A social-democrata Liliana Silva destacou que "a decisão final" pertence ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, mas, "perante o tumulto social ainda não houve transparência por parte do Governo".
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, referiu a "escolha entre aceder ao lítio para objetivos de sustentabilidade e as dificuldades que isso coloca às populações e em termos ambientais".
"Não podemos deixar ao lucro a definição daquilo que é estratégico para o país e para o mundo", defendeu.