A Organização Mundial de Saúde (OMS) não descarta um cenário de pandemia e a multiplicação dos casos pode determinar mudanças na organização dos dois mais importantes eventos desportivos
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Os Jogos Olímpicos de Tóquio (entre 24 de julho e 9 de agosto) e o Europeu itinerante de futebol (de 12 de junho a 12 de julho, em 12 cidades europeias) podem sofrer alterações, ou ser mesmo cancelados, por questões de saúde pública relacionadas com o coronavírus.
Michele Uva, vice-presidente da UEFA, não quis alimentar a onda de alarmismo que se vive em todo o mundo desde que o vírus foi identificado na China, mas, frisando não ter havido qualquer alteração ao plano inicial, admitiu que o assunto está em cima da mesa.
"Neste momento, estamos numa fase de observação, fazendo um controlo país por país. O futebol deve seguir as indicações dos governantes e as competições só serão suspensas se a situação se agravar", vincou.
Dick Pound, canadiano que é um dos membros mais antigos do COI, estima que os próximos três meses serão decisivos sobre a realização dos Jogos Olímpicos. Para já, tal como no Euro, nada mudou.
"É uma decisão muito, muito importante, e só pode ser tomada mediante dados fiáveis. Até ao momento, ninguém pediu que fossem cancelados, e não se adia um evento desta envergadura com facilidade. Não podemos simplesmente dizer que passam para o mês de outubro, porque há muita coisa envolvida:países, temporadas competitivas, televisões". Tudo dependerá, reforçou, da evolução do coronavírus. "Há um momento em que vamos ter de perguntar-nos: é suficientemente seguro ou não?"