Conjuntura económica e política em Angola "ainda não é favorável ao investimento" -- empresário
Luanda, 10 abr 2019 (Lusa) - O empresário angolano José César Macedo considerou hoje que a conjuntura económica e política do país "ainda não é favorável ao investimento", apontando a carência de infraestruturas de base, a burocracia e garantia de financiamento" como os "grandes entraves".
Falando na apresentação em Luanda de uma conferência subordinada ao tema "Reflexões sobre a Implementação de Projetos Agrícolas e Pecuários em Angola", incluído na conferência "Agricultura: Do Passado à Atualidade: Principais Constrangimentos e Caminhos a Seguir", José César Macedo criticou a organização do país..
"Há uma situação de conjuntura económica e política que não é favorável ao investimento. O ambiente de negócios não é convidativo, temos dificuldades de todo o tipo, desde as infraestruturas de base à burocracia e um grande problema, que são as garantias de financiamento e de desenvolvimento de acordo como o previsto", disse.
Segundo o também consultor, para que haja um investimento de facto, o "ambiente de negócios deve ser convidativo e conter certezas".
"É preciso atender que, para haver investimento, a situação tem de ser convidativa, com boas infraestruturas, boas condições de financiamento e certezas. Apesar das boas intenções, falta a garantia de futuro, saber o que vou pisar", argumentou.
Ao discursar na conferência, promovida pela revista "Economia e Mercado", o empresário sublinhou que "grande parte, para não dizer a maioria esmagadora, dos produtos agrícolas e agroindustriais têm tido grandes problemas de riscos de insucesso".
"Isso verifica-se onde o principal termómetro é o setor bancário", atirou.
Contudo, para José César Macedo, ainda existem "novas oportunidades" para se inverter a situação, como o Programa de Apoio ao Crédito (PAC) e a nova diretiva do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a fixação do limite mínimo de concessão de créditos ao setor agrícola.
De acordo com o investidor, a "visão renovada do papel do Estado", refletida no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituições das Importações (PRODESI), enquadra-se igualmente nas "novas oportunidades" para o setor.
"Atualmente, o Estado ainda atua como ator e operador económico, mas perspetiva um futuro de atuar apenas como regulador e promotor", sublinhou.
