Considera que Tiago Brandão Rodrigues e João Paulo Rebelo estão fragilizados.
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Augusto Baganha concedeu na noite desta segunda-feira uma entrevista ao Porto Canal, e na qual abordou a saída do Instituto Português do Desporto e Juventude.
"Demissão? Achei um pouco estranho, assumi o cargo após concurso público e o que acontece é que faltava-me um ano para acabar a minha comissão de serviço", afirmou. "Exonerado precocemente? Não faço a mínima ideia, posso desconfiar das coisas", vincou ainda, de modo enigmático.
"O normal era acabar a minha comissão de serviço. Não sei se foi bem pressão, se foi influência. Houve coisas verdadeiramente desagradáveis. Quando se deu a minha demissão e da minha colega deram-nos 24 horas para arrumar o gabinete", lamentou.
"Na área desportiva não me considero uma pessoa a mais. Tenho o meu currículo, como atleta, dirigente, na administração pública. Passei por diversos graus como dirigente. Tem de haver nisto algum respeito, como também tive respeito por pessoas que exerciam cargos nos clubes", vincou.
Augusto Baganha foi questionado se Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, e João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto e Juventude, têm condições para exercerem os respetivos cargos. "Este tipo de decisões são sempre tomadas pelo sr primeiro-ministro. Não posso... Considero que há alguma fragilização em todo este processo. Depende de quem os indicou. Não é muito abonatório este tipo de procedimentos. Não ficam bem a quem exerce este tipo de cargos", considerou.
Augusto Baganha voltou a falar sobre o caso das alegadas "pressões" do Governo para que o Benfica não fosse penalizado em determinadas circunstâncias, nomeadamente num processo sobre as claques do clube da Luz. Vincou as palavras que terão sido proferidas por Tiago Brandão Rodrigues - "O Benfica está acima da lei. Nós não podemos tratar todos os clubes de igual modo. O Benfica tem mais adeptos do que a população de alguns países" - e garantiu que "há testemunhas" no inquérito que foi aberto pelo DIAP de Lisboa, depois de uma denúncia que chegou à Procuradoria-Geral da República.
Além disso, recordou uma alegada reunião entre João Paulo Rebelo e um advogado do Benfica, após o processo sobre as claques do clube da Luz. "Acho estranho o secretário de Estado receber o advogado do Benfica", acentuou.