Atualização dos incêndios: Gondomar em fase de conclusão, Paredes controlado e Oliveira de Azeméis em fase de rescaldo
Situação controlada no grande incêndio que lavra desde terça-feira em Paredes
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Incêndios: Fogo em Gondomar "em fase de conclusão" e rescaldo pode durar 24 horas
Gondomar, Porto, 18 set 2024 (Lusa) - O incêndio que lavra desde segunda-feira em Gondomar, no distrito do Porto, está "em fase de conclusão", avançou hoje o presidente da câmara, Marco Martins, adiantando que os trabalhados de rescaldo vão demorar, pelo menos, 24 horas.
"Está a entrar em fase de conclusão", avançou, em declarações à Lusa, Marco Martins.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), 160 operacionais, apoiados por 34 viaturas procedem agora aos trabalhos de rescaldo que, segundo o autarca, podem demorar, pelo menos, 24 horas.
Pelas 17:50, Marco Martins afirmou à Lusa que o incêndio se encontrava dominado e que entraria em fase de rescaldo se não existissem "surpresas entretanto", confirmando a informação avançada ao início da tarde pela Proteção Civil.
"Vamos ver. Não se podem criar demasiadas expectativas. Vamos estar vigilantes e aguardar", concluiu então.
O incêndio deflagrou na segunda-feira em Gondomar e atingiu as zonas de Medas, Jovim, Jancido (Foz do Sousa) e Melres, bem como em Gens.
À hora do almoço, a Câmara de Gondomar tinha informado que dos quatro focos de incêndio a lavrar desde segunda-feira no concelho apenas um, em Medas, continuava ativo, estando as outras três frentes, Jovim, Jancido e Melres, a ceder aos meios.
No total, há a registar oito bombeiros feridos, seis na segunda-feira, dia em que deflagrou o incêndio, e dois na terça-feira, um deles em estado grave, que continua hospitalizado.
Ainda segundo os dados disponibilizados, “não há desalojados nem perdas de primeiras habitações".
"Contudo, há registo de danos em estruturas anexas e armazéns de apoio e em duas oficinas, em Jovim”, acrescenta.
Foram realizadas evacuações preventivas em Covelo, Jancido (Foz do Sousa), e Branzelo (Melres).
Ao início da manhã, em declarações aos jornalistas, o presidente da autarquia, Marco Martins, apelou às autoridades para que disponibilizassem mais meios para o combate ao incêndio, afirmando que já não havia bombeiros para substituir os que estavam "exaustos no terreno”.
“A noite foi terrível, as populações foram inexcedíveis e os bombeiros foram incansáveis, mas é um dia que começa dramático”, sobretudo na zona sul do concelho, em Medas.
Situação controlada no grande incêndio que lavra desde terça-feira em Paredes
O grande incêndio que lavrava desde terça-feira no sul do concelho de Paredes, no distrito do Porto, está controlado, com os meios no terreno de prevenção para eventuais reacendimentos, disse fonte da proteção civil municipal.
“Agora, felizmente está tudo mais calmo”, afirmou à Lusa pelas 20:15.
O incêndio, atualmente sem risco de propagação, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, consumiu vastas áreas das localidades de Sobreira e Aguiar de Sousa, mobilizando um grande dispositivo de combate, que chegou a ter mais de 130 bombeiros, apoiados por 43 viaturas e meios aéreos.
Durante várias horas, nomeadamente na última noite, os bombeiros montaram um dispositivo de proteção às povoações próximas das frentes de incêndio alimentadas por ve4ntos fortes, obrigando a deslocar alguns populares para zonas mais seguras.
Às 20:15, ainda se mantinham no teatro de operações 109 operacionais e 39 viaturas.
A autarquia de Paredes já iniciou o processo de levantamento dos danos materiais e da área ardida, envolvendo as juntas de freguesia.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
Fogo de Oliveira de Azeméis entrou em fase de rescaldo
O incêndio que começou domingo em Oliveira de Azeméis entrou hoje ao fim da tarde em fase de rescaldo, revelou fonte oficial desse município do distrito de Aveiro.
O Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto confirmou: “O incêndio está neste momento dominado”.
Às 20:00 continuavam em Oliveira de Azeméis, contudo, 472 operacionais, apoiados por 157 veículos.
O incêndio em causa começou domingo à tarde na freguesia de Palmaz, onde obrigou à evacuação de um hotel rural, e avançou depois para outras freguesias do concelho, ameaçando núcleos habitacionais como os de Macinhata da Seixa, Vilarinho de São Luís e, nos últimos dois dias, sobretudo os de Ossela.
Devido à aproximação a essa freguesia, na segunda-feira o Canil Intermunicipal das Terras de Santa Maria retirou das suas instalações 170 cães, numa medida preventiva que resultou em que alguns deles fossem adotados, de acordo com processos já em curso, e a maioria fosse acolhida temporariamente por particulares ou associações de apoio à causa animal.
Combatido em várias frentes, o mesmo fogo obrigou ao corte de estradas como a A1 e o IC2, tendo provocado pelo menos quatro feridos, todos eles bombeiros.
Feito o balanço aos vários incêndios a lavrar em diferentes municípios das regiões Norte e Centro do país, desde domingo já morreram sete pessoas.
Nesses fogos dos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, outras cerca de 120 pessoas ficaram feridas, 10 das quais com gravidade, e houve ainda a registar a destruição de dezenas de casas.
Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, a área ardida em Portugal continental ultrapassa desde então os 62.000 hectares, dos quais 47.376 só no território Norte e Centro.
Face à dimensão desses incêndios, o Governo declarou o estado de calamidade em todos os municípios afetados e, atendendo às previsões meteorológicas, alargou até quinta-feira a situação de alerta.