Advogado é arguido no caso da alegada tentativa de extorsão à Doyen e foi ouvido na manhã desta terça-feira em tribunal.
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Aníbal Pinto diz estar em julgamento, na condição de arguido, com "vaidade e orgulho" do que fez como advogado. Esta terça-feira, depois de ser ouvido na segunda sessão do julgamento do processo Football Leaks, em que é arguido no caso de alegada tentativa de extorsão à Doyen, disse que foi "enrolado" por Pedro Henriques, antigo advogado de Nélio Lucas.
"Eu soube que fui emboscado depois da desistência das negociações. Neste momento tenho muitas falsas memórias. O que o Rui Pinto sabia ou deixa de saber é ele que tem de dizer. Fui enrolado pelo dr. Pedro Henriques. Não posso censurar o dr. Nélio Lucas. O que não aceito de maneira nenhuma é um advogado armadilhar outro advogado. Não tenho dúvida nenhuma da minha absolvição, era o que me faltava ser condenado por ser advogado", considerou Aníbal Pinto, antes de falar sobre Rui Pinto, seu antigo cliente:
"Eu cá estou e com vaidade e orgulho daquilo que fiz como advogado, cumprindo a lei e a deontologia. Os clientes usam sempre os advogados. Muitos clientes não dizem a verdade, infelizmente. É claro que o Rui Pinto não me contou tudo. A mim, o Rui Pinto disse-me que queria ser contratado, eu disse-lhe que tinha de pagar impostos. É preciso julgar o Rui Pinto, o tribunal tem de decidir. Não tenho nada a ver com isso. Tenho muita honra", acrescentou Aníbal Pinto, negando ter recebido uma proposta de Rui Pinto para criar uma conta "off-shore" e referindo que foi apenas informado sobre essa intenção.
"O Rui Pinto não me propôs nenhum off-shore, disse que estava a pensar fazer um. Se entendia que o que precisava... Era o que faltava os advogados acharem normal ou anormal o que determinado fulano faz. Os advogados têm de saber se é normal ou não. O que é legal tem apoio dos advogados, o que é ilegal, não tem", rematou.