Melo Alves frisa que o magistrado "não se deixou influenciar por interferências ou ruído à volta".
Corpo do artigo
O advogado de Luís Pina, condenado esta sexta-feira a quatro anos de prisão efetiva pelo atropelamento mortal do adepto italiano de futebol Marco Ficini, junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, vai recorrer da pena.
"Há alturas em que um advogado fica satisfeito com os magistrados que tem. Neste momento, independentemente de concordar ou discordar das decisões deste magistrado, tenho de tirar o chapéu porque não se deixou influenciar por interferências ou ruído à volta e condenou por aquilo e só por aquilo que nós, defesa, entendemos que devia ser condenado, independente de virmos a recorrer ou não, e vamos fazê-lo", disse Melo Alves.
Aos jornalistas, após a leitura do acórdão no Campus de Justiça, o advogado de Luís Pina referiu que irá recorrer pelo facto de a pena "ser ou não efetiva".
Melo Alves lembrou que o seu cliente vinha acusado de cinco crimes de homicídio e, "se foi apenas condenado por um, por negligência, alguém andou bem mal", deixando novamente críticas à forma com foi feita a investigação.
Já aquando das alegações finais, em 25 de setembro, Melo Alves referiu que a investigação não devia ter sido realizada pela Polícia Judiciária, voltando hoje a reafirmar o mesmo, salientando que deveria ter sido "uma entidade que tivesse competência para acidentes de viação", como por exemplo a GNR.
"Podia ser benéfico ou prejudicial para o meu cliente, nós entendemos que seria benéfico", frisou.
Quanto ao seu cliente, adiantou que Luís Pina recebeu "com alivio" a sentença, porque era acusado de cinco crimes de homicídio.
Em relação à absolvição do pagamento da indemnização cível, o casuístico referiu que o tribunal "decidiu bem absolver da indemnização pedida", lamentando, no entanto, que, por uma razão formal, as vítimas não tenham sido ressarcidas dos danos que tiveram, mas que não lhe cabia enquanto advogado da defesa pronunciar-se antes.
Luis Pina, o principal arguido no processo do atropelamento mortal do adepto italiano de futebol Marco Ficini, junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, em 2017, foi hoje condenado a quatro anos de prisão efetiva, por homicídio por negligência grosseira.
Durante as alegações finais, o advogado de Luís Pina, Melo Alves, tinha pedido a absolvição do seu cliente, admitindo, no entanto, que este pudesse ser condenado por homicídio por negligência consciente.
Na altura, Melo Alves defendeu que quem infringiu as regras da estrada não foi Luís Pina, mas Marco Ficini, criticando a investigação da Polícia Judiciária.
O Ministério Público pediu a condenação do arguido por homicídio por dolo eventual, omissão de auxílio e ofensas à integridade física.
12971701