Miguel Afonso, acusado de assédio sexual, suspenso de funções no Famalicão

Miguel Afonso, acusado de assédio sexual, suspenso de funções no Famalicão
Redação

Terá trocado mensagens íntimas com jogadoras do Rio Ave, clube que orientou em 2020/21.

Miguel Afonso, treinador acusado por jogadoras do Rio Ave de assédio sexual, não orientou a sessão de trabalho que o Famalicão realizou esta sexta-feira, tendo sido suspenso de funções, informou o clube minhoto em comunicado.

"O Futebol Clube Famalicão com o interesse máximo de salvaguardar os seus valores, as suas pessoas e o seu emblema, vem comunicar, face aos acontecimentos ocorridos no dia de ontem, a suspensão de funções, por mútuo acordo e com efeitos imediatos, do treinador Miguel Afonso até que a verdade dos factos seja apurada", pode ler-se.

"De momento, assumirá as funções de treinador principal, de forma interina, o técnico Renato Lobo e restante equipa técnica. O Futebol Clube Famalicão renova que não se revê em nenhuma atitude de teor abusivo ou de desigualdade de género, seguindo o seu caminho assente nos valores em que acredita e com o objetivo único de dignificar cada vez mais este emblema", completa.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), recorde-se, vai abrir um processo de averiguação aos alegados casos de assédio sexual do técnico a jogadoras do Rio Ave, que ontem foram notícia no jornal "Público". Este procedimento segue os trâmites do Regulamento Disciplinar da FPF (Artigo 249.º), no sentido de o Conselho de Disciplina (CD) apurar eventual matéria para a instauração de processo disciplinar ao treinador acusado por futebolistas do Rio Ave de comportamento abusivo, quando lá foi treinador, na época 2020/21.

Além disso, a inexistência de qualquer denúncia formal de assédio através do canal próprio criado pela Federação - que salvaguarda o anonimato - inviabilizou a pronta tomada de medidas legais. Isto porque, conforme apurámos, é prática do CD comunicar quaisquer incidências ao Ministério Público e sempre que instaura processo que tem na base indícios com relevância criminal. A propósito, a FPF lançou no ano passado a campanha "não permitas" e levou-a a clubes da Liga BPI, Liga 3, Revelação, Liga Placard, segunda divisão de futebol feminino e primeira divisão de futsal feminino nas várias ações se formação sobre integridade.

Segundo o jornal "Público", Miguel Afonso terá trocado mensagens íntimas com jogadoras com idades entre os 18 e 20 anos, que terão acontecido logo na pré-época de 2020/21, quando já trabalhava no Rio Ave. O treinador reagiu às acusações através da página pessoal do Instagram, agradecendo "a todos aqueles que manifestaram apoio durante a noite", anunciando que, "com calma e alma", prepara a sua defesa "do esquema criado".

O Rio Ave, por seu turno, reconheceu terem existido "comentários circunstanciais", na altura, de jogadoras "relativamente a alegadas abordagens despropositadas" de Miguel Afonso, que o próprio negou, "e a pedido das atletas, o assunto não teve seguimento", lê-se na nota de imprensa, na qual assume o emblema não ter conhecimento de "qualquer queixa formal e oficial de nenhuma atleta junto das autoridades" de alegado assédio sexual.

O clube vila-condense explica que, apesar do "rendimento positivo da equipa nessa época desportiva, entendeu que a gestão de grupo e as metodologias não eram consensuais e adequadas, não estando reunidas as condições para a continuidade do técnico, pelo que encerrou aí a ligação com o mesmo".

NOTÍCIA ATUALIZADA ÀS 12H29