"A minha avó teve um papel fulcral e é a maior força, a par de Cristiano Ronaldo"
Cláudia Lima é capitã do Valadares, emblema que defende há cinco épocas, e sonha levantar um troféu pelo clube gaiense.
Cláudia Lima, médio de 26 anos, veste a camisola do Valadares há cinco temporadas e já uma figura do clube gaiense. A capitã, internacional A portuguesa por sete ocasiões, trabalha numa empresa na Maia, está a tirar o mestrado em Economia e Administração de Empresas e ainda dá nas vistas nos relvados da Liga BPI. A ajuda dos colegas de estudos e de trabalho tem sido fundamental para continuar a viver o futebol com muita paixão. Levar o Valadares à permanência é o objetivo maior para esta temporada, apesar de a finalização não estar a ajudar.
A paixão pelo futebol veio de família ou surgiu de uma forma natural?
-Acho que o futebol existe na minha vida naturalmente e desde sempre. Por muito que pense, não me consigo lembrar de um dia sem futebol. Jogava nos intervalos, na escola, até que me convenceram a ir experimentar a um clube. Desde aí, sempre me mantive a jogar.
Em casa, quando notaram que a Cláudia tinha jeito para a bola, apoiaram-na?
-Sempre tive muita sorte nesse aspeto, desde o início que todos me apoiaram. Mas a minha avó teve um papel fulcral e é a minha maior fã, a minha maior força, a par do Cristiano Ronaldo, que é o meu ídolo no futebol. Ela vê os jogos todos e até fica chateada se eu não lhe ligar no final.
Começou a sua carreira no Leixões e passou ainda pelo Boavista antes de ingressar no Valadares. Nesses tempos viveu algum momento marcante para o seu percurso?
-Sim, quando ganhámos o campeonato e conseguimos subir de divisão com o Leixões, em 2013, tinha eu 17 anos. Teve um sabor diferente, sendo que na época anterior tínhamos descido da Liga BPI. Já estou no futebol há algum tempo e já estive em vários balneários com gerações completamente diferentes, e aprendi um bocadinho com todas as pessoas.
Tem trilhado um bonito percurso no futebol feminino português, o que já lhe valeu chamadas
à Seleção Nacional. O que lhe passou pelo pensamento quando vestiu a camisola de Portugal?
-É uma sensação incrível, um orgulho enorme e também uma grande responsabilidade. Na Seleção, experienciei o melhor e o pior, pois também me lesionei num joelho durante um estágio.
Além do futebol, está a estudar e tem um emprego. Conciliar tudo isto é um grande desafio?
-Trabalho no departamento de Controlo de Gestão numa empresa na Maia e estou a tirar o mestrado em Economia e Administração de Empresas, na Faculdade de Economia do Porto. A verdade é que é difícil conciliar tudo, mas arranja-se sempre uma solução. Tanto no clube como na empresa tentam sempre ajudar-me e tudo se torna mais fácil.
Representa o Valadares desde 2018 e tem escrito uma bela história no clube. O que significa o Valadares para si?
-O facto de ser um clube da terra, das pessoas de Valadares, faz com que todos se sintam em casa e se viva num ambiente bastante familiar. Essa é, sem dúvida, uma grande qualidade do clube. Gosto da constante vontade de apostar na formação, isso faz com que realmente se viva e se sinta o clube entre todos.
O Valadares ocupa o sétimo lugar na Liga BPI e soma apenas três vitórias em 12 jornadas. Que análise faz à temporada até agora?
-Infelizmente, não estamos a conseguir traduzir em resultados o trabalho que temos vindo a desenvolver. Somos uma equipa que gosta de ter bola e que procura ganhá-la constantemente, mas a verdade é que temos pecado na finalização. O principal objetivo da equipa é manter o Valadares na divisão principal.
E quais são os seus sonhos e ambições?
-Ambiciono cumprir os objetivos da equipa esta temporada. No futuro, sonho ganhar um título com o Valadares.