Trocar o Benfica pelo Braga foi a decisão certa para a Daniela Silva, que quer provar o seu valor num plantel com muita ambição
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Daniela Silva vive um novo desafio na carreira. Aos 25 anos, a lateral, que também joga a extremo, trocou o Benfica pelo Braga no início da época e, até ao momento, soma sete jogos e duas assistências na Liga BPI, contribuindo para a invencibilidade da equipa arsenalista, que ocupa o segundo lugar do campeonato.
No último jogo, frente ao Marítimo, saiu do banco aos 79 minutos para ser decisiva, ajudando a garantir a vitória por 1-0. Em entrevista a O JOGO, a internacional jovem portuguesa pretende provar que tem o que é preciso para fazer a diferença numa equipa que sonha alto e fala sobre a competitividade saudável dentro do plantel minhoto.
A internacional jovem de 25 anos, que soma duas assistências na Liga BPI, foi decisiva na jornada transata, no triunfo bracarense por 1-0, diante do Marítimo. Trabalha para ter o seu espaço na equipa.
A Daniela entrou e mudou o rumo do jogo na Madeira. Considera que foi o momento ideal para provar o seu valor e demonstrar que pode ser decisiva?
-O meu foco é sempre o mesmo em qualquer jogo: dar o meu melhor para ajudar a equipa a alcançar os objetivos. O jogo contra o Marítimo não foi diferente. Fiquei feliz com o meu desempenho, mas, acima de tudo, satisfeita por ter ajudado a equipa a conquistar os três pontos numa deslocação difícil.
“No Braga temos um plantel de enorme qualidade, e essa competitividade saudável dá a todas a oportunidade de mostrar o nosso valor e ajudar o clube”
Esta época tem apresentado alguns altos e baixos no seu desempenho. O que acha que lhe falta para alcançar a consistência que procura?
- Não encaro isso como altos e baixos. No Braga temos um plantel de enorme qualidade e essa competitividade saudável dá a todas a oportunidade de mostrar o nosso valor e ajudar o clube. A nível individual, sinto-me bem. O clube tem-me transmitido confiança, os feedbacks têm sido muito positivos e vou continuar a trabalhar no limite para estar sempre à altura do que o Braga exige.
Tem sentido evolução ao longo da época? Onde é que acha que ainda pode melhorar para atingir o seu melhor nível?
- Sim, sinto que cresço um pouco mais a cada dia, com o apoio das minhas colegas e do staff. Essa ajuda constante dá-me mais confiança e permite-me evoluir. Claro que há sempre coisas a melhorar e é nisso que estou concentrada porque quero atingir o meu melhor nível.
Registo: na Liga BPI, as arsenalistas somam oito vitórias e um empate
A saída do Benfica e a mudança para o Braga foi uma decisão marcante. O que a levou a dar esse passo? Foi a escolha certa no momento certo?
- Sem dúvida, vir para o Braga foi um momento importante na minha carreira. Este é um clube histórico, com um percurso bonito no futebol feminino e tem objetivos e ambições muito bem definidos. Senti que era o momento certo para abraçar este desafio e vestir esta camisola gigante.
O Braga tem demonstrado uma força coletiva incrível esta época. O que considera essencial para esse sucesso?
- São vários os fatores-chave, mas destaco o compromisso do nosso grupo. Trabalhamos sempre no limite, com dedicação total e isso aproxima-nos de onde realmente queremos chegar.
Ainda não conhecem o sabor da derrota. Como é que se mantém uma invencibilidade num campeonato tão competitivo como este?
- O segredo é sermos uma verdadeira equipa. A união, o foco, o compromisso e a entreajuda que demonstramos diariamente são a base de tudo. Todas nós confiamos umas nas outras e isso claro que faz a diferença.
“No Braga estamos habituadas a competir para vencer”
A invencibilidade é um tema que gera pressão no vosso grupo ou preferem não lhe dar demasiada importância? Como lidam com essa responsabilidade?
- No Braga estamos habituadas a competir para vencer. Não sentimos pressão por isso. Sabemos quais são os objetivos deste emblema e a responsabilidade que carregamos, mas a nossa atenção está no trabalho diário e isso oferece-nos serenidade.
“Claro que queremos dar alegrias aos nossos adeptos e conquistar títulos com esta camisola, mas sabemos que, para isso, temos de dar tudo de nós em cada fim de semana”
Até onde acredita que a equipa pode chegar esta temporada? Já falam em títulos ou preferem manter os pés assentes no chão?
-Trabalhamos jogo a jogo, sempre com o objetivo final em mente. Claro que queremos dar alegrias aos nossos adeptos e conquistar títulos com esta camisola, mas sabemos que, para isso, temos de dar tudo de nós em cada fim de semana. Se mantivermos o momento, vamos conseguir alcançar as metas e sorrir muito.
Um percurso com muitos troféus, chamadas à Seleção e obstáculos
Formada nos Salesianos de Arouca a jogar com rapazes, Daniela Silva traçou um percurso sólido no futebol feminino, representando o Clube Albergaria, Famalicão e o Benfica, antes de chegar ao Braga esta temporada. Natural de Arouca, a lateral apresenta um currículo recheado, com duas Ligas BPI, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e uma Supertaça, conquistadas ao serviço do Benfica.
A internacional jovem portuguesa, que soma 15 internacionalizações - três pela Seleção B, quatro pelas sub-23 e oito pelas sub-19, tendo apontado um golo -, viu a carreira sofrer um duro revés em janeiro de 2023, quando uma grave lesão no joelho esquerdo a afastou dos relvados. Agora, ao serviço do Braga, procura recuperar o ritmo e consolidar-se como uma peça importante.