Tatiana Pinto e o Portugal-Chéquia no Dragão: "O nosso pior adversário poderemos sempre ser nós"
Declarações da internacional Tatiana Pinto, na projeção do jogo da primeira mão do play-off decisivo de acesso ao Europeu da Seleção Nacional, frente à Chéquia, na sexta-feira, no Estádio do Dragão.
Corpo do artigo
A Chéquia ocupa um ranking próximo de Portugal, quer perspetivas? “Apesar desse ranking ser aproximado à nossa seleção, é uma equipa extremamente perigosa, que recentemente ganhou contra a Espanha. Portanto, isso indica que é uma seleção com muita qualidade, com muita competência. Tem jogadoras experientes e também jogadoras mais novas, e isso é uma mistura interessante, assim como na nossa seleção isso acontece. Também tem jogadoras que estão habituadas ao contexto internacional, que jogam inclusive a Champions League. Portanto, é uma equipa extremamente agressiva, e eu acho que estes jogos são extremamente perigosos, e nós temos de estar a 100% para conseguirmos um resultado positivo e a nosso favor.
Portugal venceu por 3-1 a Chéquia, em jogo de preparação, em fevereiro. É possível a Portugal fazer alguma comparação com este jogo? “Eu acho que o nosso pior adversário poderemos sempre ser nós próprias. Nós se não tivermos o nosso melhor, vamos sofrer, mas eu acho que nós, como equipa, a nível coletivo, se estivermos todas em sintonia, se estivermos todas focadas, e preparadas mentalmente e fisicamente, e a seguir o plano de jogo do míster, poderemos tornar as coisas muito mais fáceis, que é isso que tem acontecido, e por isso é que as coisas nos têm corrido bem, porque temos todas as jogadoras a pensar da igual forma ao mesmo tempo. Não é fácil, mas é uma grande vantagem, e acho que pode ser muito por aí que na sexta-feira teremos todo o sucesso. “
Nesse jogo, Portugal já vencia por 2-0 aos cinco minutos.... Esse era o início ideal para um play-off como este? “Eu acho que todas as equipas do mundo, aos 5 minutos já querem estar a ganhar. Isso é o ideal. Mas lá está, o dia-a-dia é trabalharmos e focarmos naquilo que nós controlamos, e naquilo que nos é pedido, e cumprir o plano de jogo do treinador. E eu acho que se o fizermos, vamos estar mais próximos de marcar golo, de estarmos mais próximos da baliza adversária, e de recuperarmos mais bolas também no campo adversário, que nos permite chegar à baliza contrária mais compactas e mais juntas, e a querer fazer golo.
Há dez jogos sem perder, está na lista de prioridades os recordes? “Sinceramente, não nos focamos absolutamente nada em recordes. Eu acho que os recordes acabam por ser a consequência daquilo que fazemos no dia-a-dia, nos nossos clubes e nos dias que aqui estamos juntas e fazemo-lo muito bem. O que temos vindo a fazer ao longo deste tempo todo é simplesmente dar o nosso melhor por Portugal. E essas coisas boas que têm vindo a acontecer, os recordes que temos batido, são uma consequência do trabalho, da qualidade da jogadora portuguesa, de todo o investimento da federação, dos clubes, de todos os agentes, pessoas que estão envolvidas no futebol feminino. Isso sim dá valor.
Estando a jogar no Atlético de Madrid isso é benéfico para a seleção, ou seja, este play-off vai ter a melhor Tatiana? “Uma boa pergunta. Se vai ter uma melhor Tatiana... Eu sinto-me super bem, super feliz no contexto onde estou de clube. Também me sinto muito bem aqui na seleção. Temos um grupo espetacular, acho que toda a gente consegue perceber isso. Conhecemos-nos há bastante tempo e isso é uma vantagem para nós, porque já temos as nossas ligações, conhecemos-nos ao detalhe e isso é espetacular dentro de campo, ter colegas em que quase de olhos fechados nós conseguimos jogar. Eu acho que acima de tudo, se eu estiver bem, sentindo-me bem no clube, na seleção, eu sinto que podemos fazer coisas boas em grupo. Eu vou sempre falar a nível coletivo, porque eu pratico um desporto coletivo. Eu sem as minhas colegas não faço grande coisa. Portanto, de mim podem esperar sempre o meu máximo. Isso é inegociável para mim, em qualquer treino, em qualquer jogo. Portanto, por mim vão sempre esperar a melhor versão. É isso que eu espero dar, sempre."