Uma das principais figuras das "Navegadoras", a médio destaca que a ambição da equipa das Quinas não conhece limites.
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A Seleção Nacional de futebol feminino realizou, esta terça-feira, no Mangere Centre Park, em Auckland, mais um treino de preparação para o jogo de estreia no Campeonato do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia: frente aos Países Baixos, vice-campeões mundiais, no próximo domingo, dia 23 (08h30, RTP 1 e Sport TV 1).
Para o selecionador Francisco Neto, a boa notícia desta sessão foi o facto de Sílvia Rebelo e Fátima Pinto já terem treinado integradas com o restante plantel. Por outro lado, Kika Nazareth deu seguimento ao trabalho de recuperação da lesão que sofreu diante da Inglaterra, a 1 de julho, enquanto Diana Gomes ficou afastada do relvado devido a problemas físicos.
Antes do apronto matinal, Tatiana Pinto foi a porta-voz da formação lusa e teceu rasgados elogios à turma neerlandesa. Porém, em contrapartida, realçou que a equipa das Quinas está preparada para as dificuldades que irá encontrar no Grupo E da nona edição do certame intercontinental. "Os Países Baixos dispensam apresentações. Foram campeões da Europa em 2017 e são uma das maiores potências do futebol feminino. Têm jogadoras de um nível muito bom, que atuam nas melhores ligas do mundo. Sabemos que serão um adversário muito difícil, mas, se cumprirmos bem o plano estratégico que nos será proposto, estaremos mais perto da vitória", apontou.
Apesar de reconhecer a qualidade e o poderio dos oponentes, a centrocampista, de 29 anos, desvalorizou o favoritismo, no papel, dos Estados Unidos, que venceram o título em quatro ocasiões - 1991, 1999, 2015 e 2019 -, e dos Países Baixos. "Isso é tudo teórico. Estamos num Campeonato do Mundo e todas nós, na Seleção Nacional, só pensamos no seguinte: temos uma oportunidade espetacular de fazer as coisas de forma diferente e de sonhar mais alto. Sabemos das dificuldades que teremos neste grupo, inclusive com o Vietname, que é uma equipa que está numa posição mais baixa no ranking, mas que respeitamos da mesma maneira. Vamos conseguir fazer coisas bonitas", assegurou.
Após uma temporada incrível com a camisola do Levante, onde foi a médio mais goleadora da liga espanhola, com 12 remates certeiros, Tatiana, que soma 102 internacionalizações A, quer dar continuidade ao excelente momento de forma no Mundial. "Aquilo que espero trazer é a minha experiência, a minha vontade e a minha garra de querer, sempre, ser melhor. O mais importante é colocar o 'eu' ao serviço do coletivo. Nunca terei sucesso individual se o coletivo não funcionar e, felizmente, foi isso que aconteceu ao longo deste ano. O Campeonato do Mundo é uma montra muito grande para mim e para qualquer jogadora, mas o principal objetivo de todas nós é colocar Portugal num patamar acima. Vamos fazer de tudo para servir o País na nossa melhor versão", garantiu.
Para terminar, a atleta natural de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, que irá prosseguir a carreira noutro clube depois de, há pouco mais de um mês, ter anunciado o fim da ligação ao conjunto granota, deixou uma mensagem aos portugueses. "Quero muito agradecer o apoio que temos vindo a receber. Estamos numa onda de carinho e amor que é muito gira. Sem os portugueses, se calhar, nós, jogadoras, não estaríamos tão seguras daquilo que estamos aqui a fazer. Coloquem os despertadores e acordem mais cedo para assistir aos jogos porque, com toda a certeza, vai valer a pena. Vamos deixá-los muito orgulhosos", rematou.