Salma Paralluelo: um daqueles fenómenos que nasceu para marcar uma era no desporto
A terceira melhor futebolista do planeta celebra, esta segunda-feira, o vigésimo aniversário.
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No desporto, existem inúmeras histórias de atletas que trocaram de modalidade e se notabilizaram. Um dos casos que mais salta à vista é, sem sombra de dúvidas, o de Salma Celeste Paralluelo Ayingono.
Filha de mãe equato-guineense e pai espanhol, Salma começou a destacar-se no atletismo – esse facto, aliado às suas aptidões naturais, explicam o porquê de ela ser possuidora de uma velocidade vertiginosa –, mas, a meio do cintilante percurso, a paixão pelo futebol falou mais alto. E ainda bem.
Há duas semanas, no passado dia 30 de outubro, no Théâtre du Châtelet, em Paris, a jogadora, que completa 20 anos esta segunda-feira, foi eleita, na gala da “France Football”, a terceira melhor futebolista do planeta, ficando somente atrás da compatriota e colega de equipa Aitana Bonmatí, que arrebatou a Bola de Ouro, e de Sam Kerr, avançado australiana do Chelsea, que ficou no segundo lugar.
Esse reconhecimento surgiu depois de Salma ter vivido um ano praticamente perfeito no aspeto coletivo e individual. Natural de Saragoça, a extremo, que também pode desempenhar a função de ponta de lança, ganhou um “triplete” pelo Barcelona – Liga dos Campeões (a 21 de março, estreou-se a marcar na prova europeia, “oferecendo” a vitória à turma culé no Stadio Olimpico, frente à Roma, na primeira mão dos quartos de final), campeonato espanhol e Supertaça de Espanha.
Porém, o apogeu foi alcançado na nona edição do Mundial de futebol feminino, ao serviço da “La Roja”. Na Austrália e na Nova Zelândia, Paralluelo faturou em duas ocasiões – diante dos Países Baixos, nos “quartos”, e contra a Suécia, nas “meias” –, foi considerada a melhor jovem jogadora do torneio e ajudou a seleção espanhola a levantar o cetro mais desejado pela primeira vez.
Aliás, Salma já sabia o que era ser campeã do mundo. E a dobrar. Em 2018, em Montevideu, capital do Uruguai, venceu o Mundial sub-17 – fez uma assistência no derradeiro duelo, perante o México; já no ano passado, em San José, capital da Costa Rica, conquistou o Mundial sub-20 – bisou no encontro decisivo, com o Japão a ser a vítima.
Na corrida – e favorita – ao Golden Girl 2023, prémio atribuído pelo jornal italiano “Tuttosport”, a número 7 do conjunto “blaugrana” marcou cinco golos nos últimos dois desafios – um “poker” ao Sevilha e um tento na visita ao Villarreal, a sua casa antes da mudança para Camp Nou – e, esta terça-feira, no Estadi Johan Cruyff, em Sant Joan Despí, defronta o tricampeão nacional Benfica, no arranque do Grupo A da UEFA Women's Champions League 2023/24.
Definitivamente, Salma Paralluelo é um daqueles fenómenos que nasceu para marcar uma era na área desportiva. E, numa analogia fundamentada, podemos afirmar, com convicção, que ela é uma espécie de Kylian Mbappé em versão feminina. O futuro deverá confirmá-lo.