O jornal "El Español" revelou, esta quarta-feira, as respostas que o antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol deu quando questionado pelo juiz, a 15 de setembro.
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Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), apresentou-se, no passado dia 15 de setembro, em tribunal para falar sobre o polémico beijo que deu à futebolista Jenni Hermoso, nas celebrações da conquista da nona edição do Campeonato do Mundo de futebol feminino por parte da seleção espanhola.
Esta quarta-feira, o jornal "El Español" revelou as respostas que o antigo máximo dirigente da RFEF deu ao juiz. "Na cerimónia de entrega das medalhas, estava a abraçar as jogadoras e o treinador quando a Jenni Hermoso passou. Aproximou-se de mim e deu-me um abraço. Abraçamo-nos, ela levantou-me e eu fiz um gesto para não cair, tudo isto durante uma conversa em que lhe disse para se animar - a futebolista, de 33 anos, falhou um penálti na final frente à Inglaterra - porque sem ela não teríamos ganho o Mundial. Ela disse-me que sou um craque. E depois perguntei-lhe "posso dar-te um beijinho?" e ela disse "okay"", começou por declarar Rubiales.
Questionado pelo juiz sobre o porquê de ter agarrado na cabeça de Jenni Hermoso durante o beijo, Luis Rubiales justificou da seguinte forma: "Foi a alegria. Ela agarrou-me onde pôde, eu agarrei-a também e pronto. Dois ou três minutos depois, agarraram-me todas e levantaram-me, balançaram-me. E, nesse momento, não vou dizer que não me tocaram no rabo, nos joelhos ou no ombro. Tínhamos ganho um Campeonato do Mundo e a euforia e a alegria são indescritíveis. Aconteceu assim porque quando se ganha a lotaria, quando uma guerra acaba ou quando se conquista um Mundial, essa espontaneidade, essa efusividade acontece", afirmou.
Rubiales reiterou ainda que o beijo foi "natural e consentido", algo que já foi negado pela jogadora do Pachuca, do México. "Até surgir a polémica, o beijo era um meme. Pode ter havido alguém incomodado, mas a grande maioria das pessoas encarou-o como algo simpático. Também já o fiz com jogadores. Não é um caso em que alguém entra à socapa num gabinete para lhe dar um beijo à força. Foi algo tão natural, à luz de milhões de olhos, entre duas pessoas que convivem há muito tempo. Perguntei-lhe se podia antes de lhe dar o beijo. Como é que não a respeitava? Ela morreu a rir e deu-me duas palmadinhas nas costas. Como é que posso pedir desculpa se estávamos os dois super felizes?", questionou.
Para concluir, o ex-presidente da RFEF também negou as alegadas coações que fez a Jenni Hermoso para dizer, publicamente, que o beijo tinha sido consensual. "Ela sabe perfeitamente que está a faltar à verdade", rematou.