Painel no Portugal Football Summit analisou crescimento do futebol feminino
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O futebol feminino tem tido um crescimento visível nos últimos anos. As grandes provas internacionais são disputadas com lotações esgotadas na maioria dos jogos e, em Portugal, a competitividade e a visibilidade do futebol feminino também têm aumentado.
No Portugal Football Summit, Julie Uhrman, presidente do clube Angel FC, de Los Angeles (Estados Unidos), analisou o crescimento do futebol feminino, de forma geral, na última década, salientando, por exemplo, a importância das tecnologias nesse âmbito. Segundo explicou, "as jogadoras estão cada vez mais presentes nas diversas plataformas", desenvolvem os seus próprios sites e páginas nas redes sociais. "A ligação com os adeptos tem crescido muito dessa forma", disse, enaltecendo também "o papel dos Média, que dão mais atenção" ao futebol feminino.
"Em 2019, só três por cento das notícias de desporto nos Media eram de desporto feminino. Hoje é perto de 20 por cento, o que significa que estamos a chegar lá", afirmou, realçando que, com o aumento da exposição mediática, "os patrocinadores estão a ir atrás", com maior aderência.
Neste painel subordinado ao "futuro do futebol feminino", Maria Vargas, diretora desportiva do Atlético de Madrid, assinalou que "tem mudado muita coisa" no futebol feminino em Espanha. "Há gente muito mais profissional, técnicos mais competentes, gente muito preparada, a fazer com que o nível do futebol feminino suba muitíssimo", disse.
Em representação da FIFA, Jill Ellis, diretora de futebol da organização, realçou o forte investimento da mesma, nomeadamente na área da formação.
"É preciso dar uma bola às raparigas, pô-las a jogar. Só vejo benefícios nisso, ganham confiança, crescem, só vejo benefícios", disse, enaltecendo ainda o crescimento do futebol feminino em países onde, ainda há poucos anos, pouca ou nenhuma visibilidade tinha.
"À medida que vamos investindo cresce o apetite nesses países onde o futebol feminino não era tradicional, como a Índia, por exemplo. Podemos diminuir o fosso rapidamente desses países para os que melhores resultados têm tido. No último mundial eram seis estreantes e Marrocos chegou aos play-off", exemplificou.