"Igualdade no pagamento às seleções masculinas e femininas? Não resolve nada"
Em antevisão à final do Mundial feminino, entre Inglaterra e Espanha, o presidente da FIFA comentou que as mulheres devem "escolher as lutas certas" para "convencer os homens" sobre decisões que possam trazer progresso.
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Um dia antes de Inglaterra e Espanha disputarem a final do Mundial feminino (9h00), Gianni Infantino, presidente da FIFA, garantiu que o órgão "tem as portas abertas" para a igualdade de género, mas avisou que as mulheres devem "escolher as lutas certas" para "convencer os homens" sobre decisões nesse sentido.
"No que toca aos homens da FIFA, vocês [mulheres] vão encontrar portas abertas. Apenas têm de as abrir. Este Mundial gerou mais de 570 milhões de euros em receitas, por isso não perdemos dinheiro e gerámos a segunda maior receita no desporto global, apenas atrás do Mundial masculino, como é óbvio", começou por comentar.
Questionado sobre a discrepância que ainda existe nos pagamentos às seleções femininas em Mundiais quando comparados com os que recebem as masculinas - cerca de 440 milhões - Infantino garantiu que a igualdade nesse âmbito não chega para acabar com a desigualdade de género no futebol.
"Igualdade nos pagamentos em Mundiais? Já estamos a trabalhar nessa direção, mas isso não irá resolver nada. Isso pode ser um símbolo, mas não resolverá nada, porque é apenas um mês a cada quatro anos e a diferença diz respeito a alguns jogadores no meio de milhares. Precisamos de continuar com este ímpeto e eu digo isto a todas as mulheres - e vocês sabem que tenho quatro filhas em casa - vocês têm o poder para causar mudanças. Escolham as batalhas certas. Vocês têm o poder de convencer-nos a nós, os homens, sobre o que temos de fazer e o que não temos. Façam-no", sentenciou.
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