Ex-jogadora nega orgia no Famalicão: "A pessoa que está a criar este boato já tentou fazê-lo no passado"
Futebolistas que na época passada representaram clube minhoto falaram sobre a alegada festa sexual que motivou denúncia à FPF. Jogadoras contactadas por O JOGO falaram sobre o assunto, mas pedindo anonimato. Uma delas falou de uma "vingança" e diz saber quem fez a denúncia. Outras falaram de "grupinhos suspeitos".
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Uma ex-jogadora do Famalicão contactada por O JOGO e que pediu anonimato negou ter havido qualquer festa sexual a envolver atletas, elementos da equipa técnica e da estrutura do conjunto famalicense na última temporada, contrariando, assim, a denúncia que foi feita à Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
"Fiquei surpresa quando li a notícia [fazendo referência à matéria publicada pelo jornal Público, na quarta-feira, dia 19], porque não é verdade. Estão a aproveitar-se do caso de assédio sexual do treinador Miguel Afonso para denegrir a imagem do Famalicão", afirmou, recordando as acusações contra o treinador das famalicenses que foi suspenso pelo clube minhoto devido à alegada troca de mensagens íntimas com jogadoras do Rio Ave na época 2021/22, quando orientava a equipa feminina dos vila-condenses.
"Eu estava no clube na época passada e a pessoa que está a criar este boato já tentou fazê-lo no passado e não conseguiu. Agora, como a imagem do clube está fragilizada, torna-se mais fácil", apontou a antiga atleta do Famalicão, sem revelar a identidade da ex-colega que agora acusa.
A futebolista reconheceu que "houve um convívio, como em todas as equipas, e parte da equipa ficou até mais tarde", mas frisando que "não aconteceu qualquer festa de cariz sexual ou orgia. A pessoa que criou essa história nem sequer esteve presente".
A atleta relatou ainda que quem, alegadamente, inventou esta história fê-lo "por ter sido afastada da equipa", numa espécie de "vingança". Apesar de garantir saber quem é a jogadora que fez a denúncia, a futebolista não quis revelar o nome, mas indicou que "fazia parte do plantel da equipa A".
Questionada sobre se o Famalicão já devia ter-se pronunciado acerca deste tema, a jogadora frisou que "a Direção e a Comunicação do clube é que têm de tomar decisões quanto ao assunto". "Espero que se reponha a verdade", desejou.
O JOGO contactou outras atletas que faziam parte da equipa de futebol feminino do Famalicão em 2021/22 e que já não estão no clube, e, em sentido contrário, duas delas referiram que, na altura da hipotética festa, ouviram "boatos" sobre este caso. "Não sei precisar, ao certo, o que realmente aconteceu, mas depois dos jantares das jogadoras da equipa A havia uns grupinhos muito suspeitos, que saíam todos juntos. Nenhuma atleta da equipa B esteve envolvida", apontou uma das futebolistas, que também não quis a identidade revelada.
"Soube que algo do género se tinha passado, mas nunca soube de metade daquilo que já saiu publicamente. Isto foi muito abafado dentro do clube", declarou a outra atleta que se manifestou sobre a alegada festa sexual.
O tema está "quente" e é sensível, como se pode constatar pelos pedidos de anonimato de todas as futebolistas ouvidas por O JOGO, de tal forma que as tentativas de obter informações junto das jogadoras que estavam no Famalicão na época passada e que continuam ao serviço do emblema minhoto esbarram no silêncio. "Nenhuma atleta tem autorização para falar", disse-nos uma jogadora do atual grupo famalicense.
Direção questionou o plantel
Face a estas declarações de antigas jogadoras do Famalicão, O JOGO contactou o clube para conhecer a sua posição sobre o assunto, depois de na véspera ter esbarrado no silêncio. "Falámos com as atletas do plantel atual e todas nos disseram desconhecer que tenha havido festas ou qualquer tipo de assédio. Se isso realmente tivesse acontecido, já se sabia, uma vez que a notícia salienta que eram oito jogadoras. Era muita gente", disse-nos Angélica Cruz, assessora de Imprensa do Famalicão, referindo que não chegou qualquer nota formal da FPF ao clube.