Érica Costa na Liga BPI e o irmão na I Liga: "O amor pelo futebol vem da minha família"
A avançado do Marítimo vive um grande momento e apontou cinco golos nas últimas seis jornadas. Regressada esta temporada ao clube do coração após representar o Braga, Érica Costa, 28 anos, mostra-se de pontaria afinada. Irmã de Edgar Costa, capitão da equipa masculina, quer a Seleção.
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Érica Costa tem mostrado para o que veio. A avançado, que esteve de fora dos relvados durante quatro meses devido a lesão, dá nas vistas no Marítimo com golos que têm rendido pontos. Irmã de Edgar Costa, capitão da equipa masculina, Érica seguiu as pisadas do irmão, preferindo fazer a vida negra às defesas que encontra pela frente. Aos 28 anos, vive um dos momentos mais produtivos da carreira no clube do coração.
A Érica tem sido um dos motores do Marítimo e nas últimas seis jornadas da Liga BPI apontou cinco golos. A confiança tem-se apoderado de si?
-No início da temporada estive fora quase quatro meses e foi um pouco duro. Contudo, consegui recuperar e voltar a fazer o que mais gosto. Estou numa excelente fase da minha carreira e tenho contribuído para a equipa com golos importantes. Considero-me boa finalizadora, veloz, e acima de tudo persistente, pois nunca dou uma bola por perdida, e isso tem ajudado.
O Marítimo ocupa a décima posição da Liga BPI e está em lugar de play-off de descida, mas não perde há quatro jogos. O grupo acredita que é possível assegurar a permanência?
-Conseguimos ultrapassar algumas dificuldades, mas estamos unidas e preparadas para mostrar a todos o bom futebol que estamos a praticar, de maneira a alcançar o nosso objetivo, a permanência. Se tivesse de descrever o grupo numa só palavra, diria trabalhador. É notório que há muito talento individual, tanto na equipa técnica como no plantel, mas nada conseguiríamos sem trabalhar afincadamente todos os dias.
Após uma época no Braga, pelo qual marcou três golos em 20 jogos, a Érica regressou esta temporada ao Marítimo. A experiência no Minho correu mal ou foi o amor pelo Marítimo que falou mais alto?
-Jogar no Braga foi uma grande experiência na minha vida. Evoluí como pessoa e como jogadora, pois a exigência é diferente. Foi um processo de adaptação complicado: foi o meu primeiro ano longe de casa, o que me custou um pouco no início. Mas com a ajuda das colegas e do clube lá me consegui adaptar melhor.
Mas quando viu a oportunidade de voltar a "casa" e não hesitou...
-Além de ser o clube que me formou, o que é muito marcante, foi também o Marítimo que confiou nas minhas capacidades e me lançou profissionalmente. Significa muito para mim o facto estarem dispostos a dar-me tudo o que necessito para melhorar cada vez mais. O Marítimo é muito mais do que um clube de futebol, é um emblema de e para todos.
Atua na Liga BPI há nove temporadas. Qual é a sua análise ao desenvolvimento da prova?
-É uma liga competitiva e exigente. É uma excelente aposta da Federação Portuguesa de Futebol, que tem arriscado cada vez mais no futebol feminino. Graças a essa aposta, ao longo dos anos a Liga BPI teve um enorme crescimento. Com o bom futebol que temos vindo a praticar já mudámos muitas mentalidades.
Que jogadoras destaca nesta edição da competição?
-Andreia Norton, Telma Encarnação, Bárbara Santos, Cloé Lacasse, Kika Nazareth, Pauleta, Catarina Amado e Diana Silva. Para mim, estas são as melhores jogadoras da Liga BPI.
Quais são os seus grandes sonhos e ambições no futebol?
-Além de querer elevar o Marítimo ao mais alto nível, quero integrar a Seleção Nacional A, pois é o expoente máximo para qualquer atleta. Prometo trabalhar muito para conseguir alcançar estes sonhos.
Qual é a sua antevisão à participação inédita de Portugal no Campeonato do Mundo deste verão?
-O grupo [Estados Unidos, Países Baixos e Vietname] é bastante competitivo, o que vai tornar as coisas um pouco mais complicadas. Existe muita qualidade na nossa Seleção e acredito que vamos ter bons resultados. Foi um grande passo para Portugal ter chegado ao Mundial.
Paixão pela bola começou na rua e o irmão Edgar Costa é o ídolo
Recordando os primórdios da carreira, Érica aponta o irmão Edgar Costa, de 36 anos, capitão da equipa masculina maritimista, como maior ídolo. "O amor pelo futebol vem da minha família, mas foi na rua, com os meus amigos, que a paixão despertou mesmo. Quando surgiu a oportunidade de jogar futebol federado na equipa das juniores feminina do Marítimo, a minha família apoiou-me logo, encorajando-me a continuar. O meu irmão, o Edgar, é um dos pilares, tanto da minha vida como da minha carreira, pois muito do que sou hoje devo-o a ele. É uma grande referência para mim e farei de tudo para o deixar orgulhoso", diz a avançado que representa o Marítimo há 12 épocas.