Maturidade e inteligência são predicados exibidos por Ema Gonçalves, que brilha no Valadares.
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Ema Gonçalves é um nome que promete dar que falar no futebol feminino português. A defesa, 21 anos, representou o Braga durante quatro épocas e chegou esta temporada ao Valadares, onde soma 12 jogos e um golo. Porém, a vida da poveira não se resume aos relvados. Fora deles, Ema investe no futuro e noutra paixão: a licenciar-se em Ciências do Desporto, a defesa admite que é um desafio conciliar tudo.
Como surgiu este amor pela bola?
-O futebol sempre esteve presente na minha vida. Desde pequena que acompanho o meu pai [José Carlos Gonçalves, treinador de futebol amador] e todo o seu sucesso neste mundo. Ele ensinou-me que o futebol é muito mais do que apenas ganhar. Desde pequena que gosto de jogar à bola e os primeiros passos foram no clube da minha freguesia. Depois, foi-se tornando mais sério e acabei por me federar e fazer do futebol uma grande e importante parte da minha vida.
Na carreira, a Ema vestiu as camisolas de Rio Ave, Bonitos de Amorim, Braga, Varzim e agora Valadares. Como surgiu a oportunidade de se mudar para Gaia?
-O Valadares já é uma casa para mim, apesar de ser a minha primeira época no clube. Sempre vi o Valadares como uma equipa forte e difícil de bater, sobretudo a jogar em casa. Quando surgiu a oportunidade de me juntar, fiquei feliz, porque sabia que este seria um bom lugar para continuar a minha jornada na Liga BPI. Ainda assim, só depois de cá estar percebi que é realmente especial, por tudo o que o rodeia, pelas pessoas...
A Ema é uma das grandes revelações do Valadares e da Liga BPI. Que análise faz à temporada até agora?
-Fazer parte de uma equipa deste nível leva-me a estar em constante evolução, e não me refiro apenas ao futebol mas também ao lado mais pessoal, por exemplo, na forma como lido com as diferentes situações e problemas.
O Valadares ocupa o sétimo lugar da Liga BPI e, após uma fase menos positiva, tem subido de rendimento. Sente que o grupo tinha capacidade para mais?
-Acho que tem sido uma época bastante desafiante, sendo que a nossa melhor fase tem sido agora: fizemos sete pontos em três jogos, isto é, em nove pontos possíveis. Nada está garantido e nada está perdido, pelo que será muito importante mantermos este ritmo nesta fase até ao final do campeonato.
Sente que existe mais competitividade e mais qualidade na Liga BPI?
-Penso que o objetivo de todas as jogadoras é chegar à I Divisão. Estar nesta liga é gratificante, porque estamos no nível principal e a competir com as melhores, o que nos traz bastante aprendizagem. Sem dúvida que a Liga BPI tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos. Cada vez mais chama jogadoras experientes, com contextos conhecimentos e práticas diferentes, o que traz uma grande diversidade e um nível elevado à competição. A divulgação é também um fator crucial para este progresso, as pessoas têm agora mais acesso aos jogos, às estatísticas, até mesmo às jogadoras.
Fora dos relvados, está a terminar a licenciatura em Ciências do Desporto. Tem sido fácil conciliar os estudos com o futebol?
-Neste momento, estou no meu 3.º ano de licenciatura em Ciências do Desporto, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. É desafiante, mas, na verdade, torna-se mais simples pelo facto de a faculdade ser relativamente perto de Valadares. No que diz respeito ao tempo de estudo, também consigo conciliar bem com o futebol, no fundo, acho que quando temos a agenda mais preenchida, torna-se mais simples efetuar todas as tarefas, porque cada uma tem o seu tempo quase que contado, ou seja, não há espaço para adiamentos.
Consegue imaginar o que reserva o futuro lhe reserva?
-Quero sempre mais e melhor, mas não gosto de pôr um título nos meus objetivos e nas minhas metas pessoais. Trabalho muito e levo o futebol com seriedade, por isso, acredito que os resultados aparecem, e é sempre bom ter essa recompensa.
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