Decisiva no Estoril aos 18 anos, inspira-se em Aitana Bonmatí e Iniesta: "Respeito muito"
Chamada para o jogo da Taça de Portugal, Leah de Oliveira, de 18 anos, retribuiu a aposta com golo decisivo
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Com apenas 18 anos, Leah de Oliveira já dá que falar no Estoril. Nas sub-19, a avançado é uma das figuras da equipa, com sete golos em cinco jogos, mas o talento e o trabalho árduo não passaram despercebidos. Recentemente integrou os trabalhos da equipa principal e foi decisiva no jogo da Taça de Portugal frente ao GD Ilha. Entrou em campo aos 82 minutos e marcou o golo da vitória, selando o 2-1 e garantindo a passagem à próxima fase, três minutos depois. Foi um momento marcante para a jovem portuguesa, que no seu segundo jogo pela equipa principal deixou uma forte impressão.
A avançado das sub-19 canarinhas falou com O JOGO sobre o momento único que viveu, revelando os desejos para um futuro que promete ser tão brilhante quanto o presente.
O seu primeiro golo pela equipa principal do Estoril foi também o golo da vitória, o que representou para si esse momento?
-Marcar o meu primeiro golo pela equipa principal foi uma sensação incrível, ainda mais por ter contribuído num momento tão importante. Senti que todo o trabalho árduo que tenho vindo a fazer foi, finalmente, recompensado.
“Marcar o meu primeiro golo pela equipa principal foi uma sensação incrível, ainda mais por ter contribuído num momento tão importante”
Entrou aos 82 minutos e três minutos depois fez o golo que seria decisivo. O que sentiu quando o míster Nuno Ventura chamou por si? Já imaginava que podia fazer a diferença?
-Sempre que entro em campo, o meu principal pensamento é em ajudar a equipa ao máximo. O facto de o míster Nuno ter confiado e acreditado em mim naquela altura do jogo deu-me toda a confiança necessária para entrar com segurança e fazer algo bonito.
“Acho que é natural sentir nervosismo, mas uso essa sensação como uma motivação”
Sabemos que jogos a eliminar trazem sempre um nível extra de tensão, especialmente com as dificuldades que o GD Ilha colocou. Como lidou com isso? Havia nervosismo, ansiedade, ou conseguiu transformar tudo em motivação?
-Abordo todos os jogos da mesma forma, porque acredito que cada jogo é tão importante como o próximo. Eu acho que é natural sentir algum nervosismo, mas uso essa sensação como uma espécie de motivação, transformando-a em entusiasmo para dar o meu melhor.
Depois do golo, como foi a reação do míster e das suas colegas? Sentiu aquele apoio especial que só o balneário pode dar num momento destes?
-Todas ficaram muito felizes com o meu primeiro golo e ainda mais empolgadas por termos garantido a passagem à próxima fase. Foi um momento especial de celebração, tanto para mim como para toda a equipa. Eu senti isso.
“O facto de o míster Nuno ter confiado e acreditado em mim naquela altura do jogo deu-me toda a confiança”
Representar o Estoril na Taça de Portugal, com apenas 18 anos, tem um sabor especial?
-É uma honra enorme, nem nos meus melhores sonhos. A Taça de Portugal é uma competição muito importante, poder jogá-la ainda tão jovem é algo de que me orgulharei para sempre, algo inesquecível na carreira.
Com sete golos em cinco jogos pelas sub-19 fica claro que o talento e o esforço estão a dar frutos. Sente que o Estoril está a reconhecer o seu trabalho e a apostar nas jogadoras da formação?
-Sem dúvida. Dou sempre o meu melhor nos treinos e nos jogos, e penso que isso tem sido observado. O Estoril aposta no desenvolvimento das jogadoras da formação, e isso reflete-se nas várias atletas da equipa principal que passaram por este processo.
“Foi um momento especial, de celebração, para mim e para toda a equipa”
Ser uma das mais experientes nas sub-19 e, agora, uma das mais jovens na equipa principal é uma mudança de realidade. Como tem sido adaptar-se e encontrar o equilíbrio entre aprender com as colegas e mostrar valor?
-Senti-me preparada ao integrar a equipa principal, mas o maior desafio foi perceber que continuo a ter uma voz na equipa. Nas sub-19 eu era uma das jogadoras mais experientes; na equipa principal ainda tenho muito para crescer. Trabalhei para lembrar-me de que a minha experiência e o meu talento continuam a ser valiosos e de que também posso contribuir para o grupo.
“Senti que todo o trabalho que tenho vindo a fazer foi recompensado”
Tem algum objetivo específico para esta época, seja com as sub-19 ou com a equipa principal?
-Com a equipa sub-19, o meu principal objetivo é conquistar a promoção, e com a equipa principal, dar o meu máximo e continuar a ganhar minutos de jogo, tudo naturalmente.
Inspiração em Aitana Bonmatí e Iniesta: a magia não tem género
No futebol, as estrelas brilham dentro de campo e impressionam as gerações que se seguem. Leah de Oliveira é um exemplo claro disso. Para a avançado, encontrar uma única referência futebolística é tarefa difícil.
“Vejo muito futebol no meu tempo livre, por isso é complicado dizer com quem me identifico exatamente”, explica, antes de revelar dois nomes que a inspiram: Iniesta e Aitana Bonmatí, internacional espanhola que joga no Barcelona.
“Respeito muito e tento aprender e incorporar elementos do estilo de jogo de ambos”, conta a O JOGO. A sua forma de encarar o futebol reflete uma realidade cada vez mais evidente: as referências do masculino e feminino cruzam-se.