A transferência de Kika para o Barcelona é um reflexo positivo do investimento nacional no futebol feminino, que, aos olhos da internacional portuguesa, está a aproximar-se do patamar espanhol
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O nível competitivo do futebol feminino em Espanha está plasmado na quantidade de troféus europeus (quatro) ganhos pela seleção “roja”, campeã mundial em título. O avanço na expressão da modalidade pode ser enorme, mas Portugal, garante a médio, está quase lá, com a ajuda também, sublinha, do seu Benfica. A transferência que protagonizou para o gigante da Catalunha é um reflexo da evolução verificada nos últimos anos.
Espanha esteve sempre à frente na aposta no futebol feminino. Nota essa diferença?
— Também porque são mais... A Espanha é maior. Há mais praticantes, começaram mais cedo e é um país que está nitidamente à frente. O Barcelona tem um papel gigante nessa caminhada. O Real Madrid, um clube também com grande nome, está igualmente a fazer o seu percurso, mas ainda longe do Barcelona. Relativamente a Portugal, as coisas estão a ser bem feitas. O Benfica teve, também, um papel gigante na caminhada do futebol feminino português. Comparo um bocadinho o Benfica ao Barcelona, claro que em contextos diferentes. Se as coisas continuarem assim, chegará ao patamar onde estou atualmente.
Há maior capacidade económica em Espanha...
— É nítido. Em questões de jogo, em termos práticos, se pusermos uma equipa do meio da tabela da liga portuguesa contra uma do meia da tabela da liga espanhola, seria um jogo interessante. Assim como foi o Benfica-Barcelona. Há efetivamente uma diferença entre o futebol espanhol e o futebol português, e na Seleção isso é notório. Aos poucos, nós, as portuguesas, o futebol português e a Federação, com a aposta feita no futebol feminino, estamos a aproximar-nos do patamar espanhol.
O facto de terem contratado uma jogadora do Benfica para o Barcelona será também um sinal positivo...
— É um sinal da evolução do futebol. É a valorização do futebol português e da jogadora portuguesa, sim.