Rafa sudré, jogadora de 29 anos, sente-se "confiante" e assume que atravessa um grande momento no Torreense.
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Depois de se reparar nela, torna-se impossível desviar os olhos e não apreciar a eficiência do seu futebol, feito de muita técnica e poucos malabarismos. Rafaela Sudré, ala brasileira de 29 anos, chegou há quatro épocas a Portugal - para representar o Paio Pires -, e está focada em marcar uma posição no futebol feminino.
Apesar do Torreense protagonizar uma temporada abaixo das expectativas, Sudré tem sido um ponto positivo apresentado pela formação de Torres Vedras. Vestir a camisola "canarinha" é um dos sonhos que lhe comanda a carreira.
Por que mudou do Amora para o Torreense?
-O Torreense tinha demonstrado interesse na minha contratação logo que cheguei a Portugal. Este ano surgiu a excelente oportunidade de vir para cá e não pensei muito. O Torreense é um clube com ótimas condições e proporciona muitos benefícios às suas atletas. Não estou a falar de dinheiro, mas sim de condições de trabalho. É um emblema que conquistou respeito na Liga BPI.
Sente-se confiante e nas condições ideais para mostrar tudo o que vale no Torreense, onde é uma peça fulcral?
-Esta temporada tem sido muito especial para mim. Tenho conseguido mostrar cada vez mais o meu futebol. Acredito que este sistema tático favorece o meu estilo de jogo e sinto-me cada vez mais confiante. Coletivamente, ainda estamos aquém. Estamos ainda a adaptar-nos às exigências do novo treinador, mas somos conscientes de que temos um plantel com muita qualidade e muito valor.
De que forma é que o futebol português e o estilo de jogo do Torreense têm potenciado as suas qualidades?
-Considero-me uma jogadora inteligente e taticamente muito disponível, o que faz todo sentido no futebol português. Sou uma atleta muito intensa e vivo cada jogo como se fosse mesmo o último. Gosto de sair dos jogos com a sensação de que dei tudo em campo pelo Torreense. Além disso, sou muito agressiva, objetiva, comunicativa e uma líder, apoiando as minhas colegas nos bons e nos maus momentos; é uma obrigação.
A sua evolução nos últimos tempos é notória...
-Progredi imenso no aspeto físico, mas a evolução mais notória foi a nível mental. Tenho investido muito nessa área, porque considero que é o principal fator para conseguir um alto rendimento dentro e também fora de campo.
Está em Portugal há quatro anos. Como vê o crescimento da Liga BPI?
-Além de ser a principal competição de futebol feminino em Portugal e já ser reconhecida mundialmente, principalmente no Brasil, apresenta um estilo que me agrada muito, pois está cada vez mais competitiva e interessante. Gosto mais deste formato. A Liga BPI ganhou proporção mundial, o crescimento é notório. Considero que é uma das principais competições em termos de visibilidade e oportunidade para as jogadoras desbravarem outros mercados do futebol.
Veio para Portugal com o objetivo de saltar para uma liga mais atrativa ou não fez esse tipo de planos?
- O meu objetivo sempre foi enriquecer o meu currículo desportivo, e o primeiro passo era sair do Brasil. Continuo focada em conquistar outros países e outras ligas.
Quais são as suas maiores ambições enquanto jogadora de futebol?
-Tenho duas grandes ambições. Quero vestir a camisola do meu Brasil e realizar um jogo oficial pela minha seleção. Também pretendo chegar a um clube de renome a nível mundial. Não há limites para uma brasileira sonhadora. Quero alcançar o mais alto que conseguir.
Qual a sua antevisão à participação do Brasil no Campeonato do Mundo?
-O Brasil parte como um dos favoritos à vitória. Sabemos que temos uma grande luta pela frente para voltarmos a chegar ao nível que um dia já tivemos
E o que espera da seleção de Portugal?
-Portugal vai dar continuidade ao que tem feito até agora e vai surpreender as grandes equipas, provando o seu valor.
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