"Os jogos de futebol feminino são excelentes, sem aquela travessura dos homens..."
Ministra brasileira acredita que igualdade salarial um dia chegará ao desporto.
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A ministra do Desporto do Brasil, Ana Moser, disse esta sexta-feira acreditar que um dia a igualdade salarial entre homens e mulheres chegará ao desporto, embora estas sejam regidas por "uma lógica diferente" da realidade laboral.
Igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função é uma promessa de campanha do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que apresentou um projeto de lei sobre o tema, aprovado pela Câmara dos Deputados na quinta-feira e que agora será analisado pelo Senado.
À agência de notícias EFE, Moser disse que este é "um caminho que toda a sociedade deve percorrer", mas reconheceu que o desporto profissional "é outro mundo" e rege-se "por uma lógica de mercado, de valores e até de imagem" diferente de "as leis funcionam, que têm a ver com a produtividade do trabalho".
Apesar de a representante do Governo brasileiro considerar que este é "um outro mundo", esta luta das mulheres por igualdade salarial "deve também ser integrada na procura de espaços e oportunidades iguais", para o que é preciso "maior promoção" e a construção de "uma cultura diferente".
Ana Moser lembrou também que já estão a surgir iniciativas de igualdade salarial em alguns desportos, entre os quais citou o ténis ou o surf, em que os prémios começam a ser semelhantes para homens e mulheres.
Algo que "no futebol é muito diferente", apontou a ministra, que atribuiu este fenómeno a "uma questão de cultura" e à menor promoção da modalidade feminina. "Houve uma grande evolução" tanto no físico quanto no "tático e técnico" e "as partidas de futebol feminino hoje são excelentes, sem aquela travessura que os homens têm e que faz parte do universo masculino", apontou.
Ainda assim, a ministra brasileira do Desporto frisou que o futebol feminino não movimenta as massas nem o dinheiro que circula no futebol masculino, porque a visibilidade é muito diferente. Nesse sentido, Ana Moser disse que a candidatura do Brasil para sediar o Mundial feminino de 2027 procura abrir espaços e promover essa disciplina, porque "quanto mais presente ela estiver na cultura e no dia a dia das pessoas", "o show de consumo" e rendimento serão gerados para promover maior equidade.
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