Ana Carolina Ferreira, de 17 anos, bate-se com nomes grandes nos relvados da Liga BPI. A internacional jovem portuguesa chegou esta temporada ao emblema aveirense e sente-se evoluir como nunca. Alcançar a permanência na Liga BPI é algo muito desejado pelo grupo.
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Aos 17 anos, Ana Carolina vai lançando perfume pelos relvados da Liga BPI. Gosta de ter a bola no pé e adora assistir para golos das companheiras. Chegou esta temporada ao Clube Albergaria, proveniente da III Divisão, e tem "crescido como nunca". Poder defrontar jogadoras que apenas via na televisão deixam-na "grata". Nas últimas duas rondas, contra Braga e Sporting, Ana Carolina quer pontuar para festejar a tão desejada permanência.
Restam duas jornadas, contra Braga e Sporting, e a permanência direta só depende de vocês. Qual é o ambiente que se vive no balneário?
-Sabemos que vamos jogar com duas das melhores equipas portuguesas, mas acreditamos em nós. Vamos dar tudo para pontuar nos dois encontros. O grupo está unido e focado em manter o Clube Albergaria na Liga BPI. Raça, coragem e determinação são as nossas imagens de marca.
Com apenas 17 anos tem-se revelado imprescindível na equipa de Manuel Pinho, como explica este bom momento?
-Sinto que estou numa boa fase por causa das pessoas que me rodeiam. Estou a trabalhar com muitas pessoas que me ajudam diariamente, equipa, staff, amigos, família, o meu mental coach, todos. Se não fossem eles, não estaria a correr tudo tão bem. Tenho conseguido ajudar a equipa e quando isso acontece é satisfatório.
Como se caracteriza enquanto jogadora?
-Sou rápida com a bola. Gosto de ter bola no pé e no espaço, de modo a criar desequilíbrios. Adoro assistir as minhas colegas para o golo.
Na temporada passada, a Ana estava a jogar na III Divisão. Como surgiu a possibilidade de dar o salto para o Clube de Albergaria, um clube da Liga BPI?
-Vi no Clube de Albergaria uma oportunidade de ser feliz e de me valorizar. É um emblema com muita história no futebol feminino e que me deu as condições certas para evoluir e crescer como nunca. Sinto-me realizada e mais madura, dentro e fora do relvado.
O facto de ser tão jovem e jogar já ao mais alto nível, com algumas das melhores jogadoras, não a deixa nervosa antes de entrar em campo?
-Como forma de me tranquilizar e de me focar mais, faço sempre umas respirações e gosto de ouvir a minha música para me conectar. Antes de entrar para o campo, bato três vezes com o pé direito no chão.
Agora que vê de perto algumas jogadoras, quais são as que a cativaram mais no campeonato?
-A Jéssica Silva e a Kika Nazareth, mas também sou suspeita. São, sem dúvida, exemplos para mim e sinto-me muito grata por poder jogar contra elas.
É internacional jovem portuguesa nos escalões sub-15, sub-17 e sub-19. Qual é a sensação de ser tão jovem e representar uma nação?
-Representar Portugal é sempre uma responsabilidade, mas ao mesmo tempo um orgulho e uma felicidade. Sempre que lá estou é como se fosse a primeira vez, o entusiasmo e a alegria estão sempre presentes.
O facto de existirem mais escalões etários e mais visibilidade mostra que o o futebol feminino tem crescido rapidamente?
-Sinto que tem melhorado progressivamente, tem havido uma aposta cada vez maior no futebol feminino e isso nota-se no número de praticantes que a modalidade tem, tal como no facto de haver muito mais pessoas a ver os jogos. É claro que ainda há muito a fazer, mas estamos num ótimo caminho.
E em relação ao futebol feminino português, o apuramento para o Campeonato do Mundo foi um grande passo em direção a outros patamares?
-Sem dúvida. Temos uma equipa com muita qualidade, que tem demonstrado uma evolução enorme. Penso que a Seleção Nacional vai estar preparada e confiante para obter um bom desempenho no Mundial deste ano.
Quais são os maiores sonhos da Ana Carolina Ferreira?
-Desejo chegar à Seleção principal e jogar numa das melhores equipas da Europa.
Cristiano Ronaldo é o ídolo de uma "menina" que começou... na dança
Ana Carolina Ferreira chegou a praticar outros desportos quando era mais nova, mas a afeição pela bola de futebol levou-a a apaixonar-se pelos relvados de imediato. "O futebol surgiu aos seis anos. Antes disso praticava dança e cheguei a andar na natação. Contudo, a minha paixão era a bola e pedi aos meus pais para experimentar o futebol. Nunca mais larguei, foi amor à primeira vista", diz a médio, que olha para Cristiano Ronaldo como um exemplo na modalidade. "É um jogador extraordinário, ambicioso e lutador. Passou por diversas situações que me inspiraram profundamente. A preparação física e mental que ele faz é algo inacreditável no mundo do desporto".