Aos 26 anos, Rola Badawiya, do Braga, escolheu a Liga BPI para dar continuidade à carreira, em busca de um desafio mais “exigente”
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O JOGO foi até à Pedreira para conversar com Rola Badawiya, avançado norte-americana de 26 anos que chegou esta temporada ao Braga, proveniente do campeonato australiano. Com um percurso internacional rico, que inclui passagens pelos Estados Unidos, Itália e Austrália, Rola escolheu a Liga BPI para o próximo capítulo da carreira, à procura de um desafio mais exigente. Com dois golos em seis jogos, a avançado tem-se destacado na equipa arsenalista, segunda classificada da Liga BPI e invicta na competição.
Chegou a Portugal vinda de um contexto bem distinto. Como tem sido o processo de adaptação ao futebol português?
-A adaptação não foi fácil, mas tem sido uma experiência bastante positiva. A intensidade física nos treinos e a forma como todas nos espicaçamos constantemente têm sido elementos fundamentais para o meu crescimento como atleta profissional. A competição nos treinos e nos jogos é muito forte e acaba por aumentar o nosso desenvolvimento, o que é completamente normal. Sinto que estou a encaixar cada vez melhor no grupo e na ideia de jogo do Braga.
Porquê a Liga BPI e o Braga para dar continuidade à sua carreira?
-Escolher o Braga foi, sem dúvida, a decisão certa e fácil para mim. Queria um clube que me desse a oportunidade de continuar a desenvolver a minha carreira e sabia que aqui encontraria esse ambiente. A Liga BPI é extremamente competitiva, e depois de dois anos na Austrália procurava um estímulo mais exigente, que me permitisse evoluir e atingir novos limiares.
Acredita que jogar na Liga BPI irá trazer-lhe outro tipo de estímulo e outra visibilidade?
-A Liga BPI é muito exigente, tanto a nível físico como técnico, e tem jogadoras de grande qualidade. Felizmente, grande parte delas está na minha equipa. A exigência aqui é muito alta, é preciso trabalhar muito.
O que gosta mais e menos em Portugal?
-Adoro Portugal. As pessoas que conheci aqui são incríveis, muito acolhedoras e sempre dispostas a aproveitar a vida, o que torna a adaptação muito mais fácil e agradável. A única coisa de que não consegui gostar até agora foi a francesinha, mas fora isso estou a adorar tudo o resto.
Soma dois golos em seis jogos. Sente a responsabilidade de aumentar esses números ou prefere manter-se mais livre e deixar o jogo fluir naturalmente?
-Sei que posso dar ainda mais. A minha função é marcar golos e estou confiante de que com mais minutos ao lado das minhas colegas vou conseguir fazê-lo de forma mais consistente. Estou a trabalhar todos os dias para melhorar e dar o meu melhor em campo, mas também gosto de deixar o jogo fluir naturalmente.
Qual considera ser o seu maior trunfo enquanto jogadora?
-O meu maior trunfo é, sem dúvida, a minha capacidade de finalização. Gosto muito de rematar e estou sempre focada no golo. No entanto, também procuro criar oportunidades, pelo que assistir para golos é algo que me dá muita satisfação.
O Braga ocupa o segundo lugar na Liga BPI e soma seis vitórias em sete jogos. Que balanço faz da época até agora?
-Os nossos resultados falam por si. Sofremos apenas quatro golos e temos o melhor ataque da Liga BPI. Estes números refletem o trabalho árduo e a dedicação de todas. Embora ainda haja muito para conquistar, estamos no caminho certo para atingir os nossos objetivos.
Quais são, na sua opinião, os principais fatores que explicam o sucesso da equipa?
-O principal fator de sucesso é, sem dúvida, a forma como nos desafiamos umas às outras todos os dias. Nunca estive rodeada de tantas mulheres competitivas, mas ao mesmo tempo tão positivas. Cada uma de nós procura melhorar a cada dia, mesmo que seja apenas um por cento. Esse espírito de persistência, superação e cooperação tem sido muito importante para este momento positivo da nossa equipa.
Inspira-se em Sam Kerr e quer jogar pela seleção da Austrália
Rola Badawiya tem em Sam Kerr, avançado australiana do Chelsea, a sua grande referência. “A forma como finaliza é incrível, e espero um dia conseguir chegar a esse nível. Ela é uma inspiração para muitas. É a melhor atacante do mundo”, afirma. Aos 26 anos, Rola ainda consolida a carreira, mas já definiu metas ambiciosas para o futuro. “É um processo que quero melhorar todos os anos para atingir novos patamares.” Entre esses objetivos destaca-se o sonho de representar a Austrália. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, a jogadora do Braga está prestes a obter a nacionalidade australiana. “Ser convocada para a seleção seria a concretização do meu maior sonho e chegar ao auge de tudo”, afirma.