Pedro Martins: "Marcelo e Lionn disseram que foram aliciados e pediram para não jogar contra o Benfica"
Atual treinador do Al-Gharafa, do Catar, testemunhou no julgamento de César Ventura
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O treinador Pedro Martins, que orientava o Rio Ave em 2015/16, foi a segunda testemunha arrolada pelo Ministério Público a prestar depoimento na segunda sessão do julgamento de César Boaventura, devido ao alegado aliciamento de jogadores em favor do Benfica, e contou que Cássio, Marcelo e Lionn o abordaram na semana do encontro com as águias para lhe comunicar que tinham sido aliciados para facilitar, tendo assumido a intenção de não jogarem, para se defenderem.
“Dois jogadores (Marcelo e Lionn) foram ao meu gabinete e informaram que tinham sido aliciados por um agente, sem precisarem o nome, que fiquei a saber depois pela comunicação social. Informei os responsáveis do Rio Ave sofre os factos. Os atletas estavam visivelmente incomodados e pediram para não jogar, porque estavam apreensivos, pedido que recusei. Confio neles”, vincou.
As declarações fiscais de César Boaventura evidenciaram várias discrepâncias em relação aos movimentos de conta, tendo sido apurado, pela Polícia Judiciária (PJ), um “valor de incongruência de 1,172 milhões de euros” por explicar.
José Lionn voltou a não ser ouvido pelo facto de o tribunal não o ter conseguido notificar, ficando marcada para 26 de janeiro, às 14h00, uma nova oportunidade: para o efeito, vai ser requerida a ajuda da PJ.
Na primeira sessão, na semana passada, Cássio e Marcelo confirmaram a abordagem ilícita de César Boaventura, com o guarda-redes a revelar uma proposta de 60 mil e o central a alterar o depoimento de 2017, dizendo que assumiu a situação como uma brincadeira.
O Benfica não é arguido neste processo, porque os magistrados entenderam que César Boaventura não estava mandatado pelo clube para corromper os atletas.