Jonas lembra os bons momentos que passou no Benfica, entre 2014 e 2019, ano em que terminou a carreira de futebolista. Em entrevista ao Flashscore, destacou as boas memórias do clube da Luz e o tempo que trabalhou com Jorge Jesus.
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Passagem pelo Benfica: "Fase mais bonita? Com certeza, sem dúvida nenhuma. O Benfica foi o clube onde estive mais tempo, onde ganhei mais títulos e onde tive mais reconhecimento. Claro que hoje já existem muitas coisas que ajudam os jogadores a prolongar a carreira ao mais alto nível. Tudo se modernizou, a parte física, a fisiologia, tudo ajuda. Eu naquela época cheguei com 30 para 31 anos, com muita ambição, mas não imaginava viver tudo aquilo que vivi no Benfica. Fiquei muito feliz e muito grato."
Trabalhar com Jorge Jesus: "Quando cheguei ao Benfica, o Jorge Jesus era o treinador. Tirou o melhor de mim naquele ano. Em dois meses já estava a jogar aquilo que nunca imaginei que pudesse jogar. Eu tinha chegado do Valência, não tinha feito uma boa pré-temporada, estava a decidir se ficava no clube ou não, estava a treinar um pouco separado da equipa. Chego ao Benfica e ele exigiu tanto da minha parte física, principalmente, que depois dentro de campo parecia que eu estava a flutuar, a voar. É um treinador pelo qual tenho muito carinho, respeito, ajudou-me muito. Se não foi o melhor, está entre os melhores treinadores pelos quais fui treinado. Trabalhei apenas um ano com ele mas desejava que tivessem sido mais."
Memórias do Benfica: "Não só eu [tenho memórias], também a minha mulher. Às vezes ouvimos uma música e lembramo-nos de Lisboa. Depois há a memória de uma hora muito específica: 12h34. A essa hora, estava a fazer banhos frios, olhava para o relógio e estava lá: 1, 2, 3 e 4. Em sete dias da semana, em quatro deles olhava para o relógio e era essa a hora. Às vezes estou em casa, vamos almoçar, olho para as horas e são 12h34, lembro-me logo do Benfica. E a minha esposa é 19h04. Estamos em casa para jantar, ou noutro local, ela olha para o telemóvel e são 19h04, os tais 1904, ano de fundação do Benfica. Há algumas coisas que até hoje levamos connosco e as boas memórias… fica difícil escolher assim as melhores. Desde a minha chegada até à minha saída, fui muito feliz no Benfica. Até nos momentos mais tristes, como em 2017/2018, quando perdemos o campeonato para o FC Porto, eu sabia que não íamos ganhar sempre. Mas estava num grande clube, numa grande cidade, num grande país, a viver muito bem, ao lado da minha família, a ver as minhas filhas a crescer, elas felizes também. Esse período todo de cinco anos foram apenas coisas boas. Até quando tive as minhas lesões graves, a cervical, coluna lombar, tornozelo, até nesses momentos eu ganhava força. Pensava: 'Cara, eu estou no paraíso'. Um clube que me dava toda a estrutura para eu recuperar, o carinho do clube e dos adeptos era sensacional."