Camisola 20 sentiu necessidade de ganhar maior poder físico e tem feito horas extra para reforçar capacidade muscular
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Com a concorrência a apertar por um lugar no onze do Benfica, João Mário decidiu ir à luta. Aposta frequente de Roger Schmidt, o médio sentiu, ainda assim, necessidade de aumentar a sua força física, assim como a capacidade de choque e a resistência, segundo apurou O JOGO. Assim, e além do trabalho habitualmente realizado no próprio clube, o camisola 20 decidiu aumentar o número de horas dedicadas ao físico também com trabalho fora do clube, sob supervisão de um preparador físico especializado - algo que tem evidenciado nas redes sociais, como sucedeu esta semana, em que o grupo teve direito a folgas, com João Mário a dedicar-se ao ginásio -, com vista a fazer reforço muscular.
O futebolista tem feito publicações, como sucedeu nas recentes folgas, a demonstrar o seu trabalho no ginásio
João Mário sentiu necessidade de ganhar maior potência para o choque e para os duelos físicos de forma a combater quer os seus colegas em treino quer os adversários. Com um grande controlo do peso, João Mário apresenta agora uma forma física acima da média, mas o aumento de massa muscular acabou, contudo, por levar o atleta a perder velocidade, algo que tem também pesado em alguns momentos nos jogos, nomeadamente em zonas mais ofensivas, onde pequenas frações de segundo podem ser decisivas para o concretizar das jogadas. Tal situação foi identificada pela equipa técnica do Benfica.
Além do trabalho realizado no Benfica, o médio ofensivo tem sido supervisionado, fora do clube, por um preparador físico. Controlando o peso e mais forte, perde, contudo, alguma velocidade.
Uma das principais figuras da equipa na temporada passada, na estreia de Roger Schmidt no Benfica, João Mário mostrou-se ambicioso no início da época, apontando a fazer melhor, no que a golos e assistências diz respeito, em relação a 2022/23, mas o registo tem sido inferior. Leva até ao momento 16 jogos realizados, nos quais faturou três golos. Em igual número de partidas na temporada transata apresentava seis golos e seis assistências - duas para Gonçalo Ramos e uma para Gilberto, Draxler, Henrique Araújo e Enzo Fernández. Curiosamente, nenhum deles faz parte atualmente do plantel.
Mexidas no ataque e jogos até no centro
A saída do ponta-de-lança indiscutível em 2022/23 levou a mudanças de rotinas e de algumas movimentações na equipa. E face às dificuldades em encontrar um sucessor à altura têm sido muitas as mudanças no ataque, tirando referências aos jogadores criativos, como João Mário, que tem sido utilizado por vezes também por Roger Schmidt mais longe da baliza. O camisola 20 chegou a ser aposta como médio centro nas partidas em que o técnico alemão implementou o 3x4x3, formando dupla com Florentino, mas também no último embate com o Sporting, já de volta ao 4x2x3x1 habitual, atuou no centro do terreno na segunda parte, a partir do momento em que Schmidt mexeu na equipa.
Menos assertivo na hora da decisão, já que baixou os registos no que diz respeito a golos e assistências, João Mário apresenta, ainda assim, números superiores em diversos pontos, como as ações em jogo, os passes ou os duelos. Com 84,3 ações por 90 minutos em 2023/24 e 68,8% delas ganhas, o médio ofensivo superou as 79 em média de 2022/23, com 67,4% ganhas.
Com 16 partidas disputadas em 2023/24, João Mário tem três golos. Registo inferior aos seis tentos e seis assistências em idêntico período em 2022/23
No capítulo do passe, João Mário tenta mais entregas no total, assim como para o último terço, e com maior eficácia (87,9% contra 87,5% no primeiro caso e 93,7% em relação a 83,5% no segundo). Recebe também mais vezes a bola dos colegas e arrisca mais no drible. Passou a tentar superar os adversários 4,5 ocasiões por cada 90’ em relação aos 3,3 dribles tentados na época anterior, superando os 56% de eficácia (47,2% em 2022/23). Com mais duelos defensivos tentados, mas menos ganhos do que na última temporada, disputa e ganha mais duelos no total: 21,5 este ano em comparação com os 18,8 de 2022/23 e subindo a eficácia de 44,1 para 45,6%.