O mundo encolhe, as provas internacionais ameaçam as nacionais, a tecnologia e a inteligência artificial assumem o controlo, os genes de Messi e Ronaldo estão ao alcance da mão, a televisão explode. Espreite o futuro connosco
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Será um mundo em que tenderemos a ser adeptos de superequipas e superatletas internacionais, com as implicações que isso poder ter no encarquilhamento dos nossos campeonatos e clubes. Os avanços da ciência trarão com eles a tentação da manipulação genética e o risco de um novo tipo de segregação, que ameaça excluir o banal ser humano extralaboratório. Em troca, dar-nos-ão a possibilidade de assistirmos ao desporto quase na pele dos intérpretes; de vermos e sentirmos o que eles sentem, em locais e plataformas ainda por inventar.
O 33.º ano d"O JOGO foi o da chegada do videoárbitro (VAR) ao futebol. Com ele não veio a tecnologia, porque já cá estava de várias formas (até o VAR noutras modalidades), mas veio a discussão sobre a tecnologia, que sempre interferiu e moldou os caminhos do desporto e continuará a fazê-lo. O JOGO quis assinalar esta data com uma espreitadela às próximas três décadas, sem que daí resultem certezas absolutas, nem profecias, mas antes muitas pistas do que aí pode vir.
Outros conceitos, entretanto, já vão avançando, como o da prevalência do cérebro sobre o músculo: treinar o primeiro melhora o segundo. Para o restante, seremos invadidos pelas mil e uma aplicações da inteligência artificial. Os treinadores duvidam que alguma vez seja possível substituir a criatividade humana no controlo de equipas e atletas; os engenheiros admitem que, no futuro, as competições possam até ser arbitradas por um algoritmo aos comandos de um exército de câmaras e sensores. Por agora, os computadores já fazem bem mais do que imaginamos e podem destacar-se rapidamente nalguns campos, como o da medicina. Vem aí a monitorização permanente do corpo humano.
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E tudo isto roça apenas a superfície. Abaixo da realidade estão o virtual e o futuro dos jogos eletrónicos, que tenderão a confundir-se cada vez mais com o desporto de carne e osso, eventualmente até ser possível fundi-los num só, quem sabe? Ao mesmo tempo, a tecnologia abrirá - já está a abrir - as possibilidades de um batalhão de novas modalidades, algumas delas dispensando já qualquer intervenção humana. Ao longo dos próximos dias, entrelaçadas nas notícias da atualidade, 11 reportagens e entrevistas ajudam-nos a tentar entender o que está para vir.
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