Anthony Fauci alertou o Congresso de que, se o país reabrir demasiado cedo, a propagação do novo coronavírus provocará "sofrimento e morte desnecessários".
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O principal conselheiro da Casa Branca para a pandemia de covid-19, Anthony Fauci, alertou o Congresso de que, se o país reabrir demasiado cedo, a propagação do novo coronavírus provocará "sofrimento e morte desnecessários".
O especialista, que se tornou uma figura tranquilizadora para os norte-americanos durante a crise sanitária, está hoje a ser ouvido por teleconferência por um comité do senado, onde será questionado sobre o plano do Presidente Donald Trump, com o qual nem sempre tem revelado concordância.
"A principal mensagem que irei transmitir (...) é o perigo de tentar reabrir a economia do país prematuramente", disse Fauci, horas antes, numa entrevista publicada no jornal The New York Times.
"Se saltarmos as etapas das recomendações, para reabrir a América, corremos o risco de surtos de contágio em todo o país", explicou o especialista, que tem marcado presença assídua nos briefings da Casa Branca sobre a pandemia.
"Isso não apenas causará morte e sofrimento desnecessários, mas também atrasará a nossa tentativa de voltar ao normal", disse o imunologista de 79 anos.
Perante o comité, Fauci falou ainda dos esforços que estão a ser desenvolvidos, com o apoio do Governo dos EUA, para encontrar uma nova vacina, e mostrou-se otimista. "Temos muitos candidatos e esperamos ter muitos vencedores", explicou o imunologista.
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Contudo, o especialista disse aos senadores que não podemos ter garantias: "A grande incógnita é se são eficazes".
Fauci está presentemente em quarentena, devido a uma exposição ao novo coronavírus, pelo que se está a dirigir ao Congresso por videoconferência.
Para além de Fauci, também outros especialistas falarão a diferentes comités do senado, durante o dia de hoje, num momento em que se estudam as melhores fórmulas para a reabertura da economia.
A Casa Branca está neste momento focada em passar a mensagem de que o regresso à normalidade é urgente, num país que já registou mais de 80.000 mortes com covid-19 e mais de 1,3 milhões de casos de contaminação.