A DGS lembra que a máscara serve essencialmente para proteger as pessoas que nos rodeiam. Só ajudam como complemento de outras medidas de proteção.
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A odisseia das máscaras conhece um novo capítulo em nome do "Princípio da Precaução da Saúde Pública": depois de vários pareceres nacionais e do relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a Direção-Geral da Saúde (DGS) determinou que "deve ser considerada a utilização de máscaras por qualquer pessoa em espaços interiores fechados com múltiplas pessoas (supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais, transportes)".
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A DGS define a utilização da máscara como um "ato de altruísmo, já que quem a utiliza não fica mais protegido, contribuindo, isso sim, para a proteção das outras pessoas, quando utilizada como medida de proteção adicional", mas tanto a normativa como o relatório do ECDC sublinham uma série de advertências, a começar pelo facto de não estar provada a eficácia da utilização generalizada na prevenção da doença. Por outro lado, há que ter cuidado com a falsa sensação de segurança, se forem menosprezados medidas como o distanciamento social e a higienização das mãos. "A utilização imprópria pode aumentar o risco de transmissão", vinca o ECDC.
Mas há outras questões que prometem dominar os debates dos próximos dias. Que máscaras utilizar? Chegam para todos? Para os dois organismos, "doentes e profissionais de saúde" estão no topo da prioridade. Os respiradores (FFP2 e FFP3) estão destinados a médicos e enfermeiros, enquanto grupos de risco e sectores como forças de segurança, bombeiros ou atendimento ao público devem utilizar as máscaras cirúrgicas. Para que a estes não falte nada, entram em jogo as "máscaras comunitárias" para todos os outros.
Do saco do aspirador à fronha da almofada
A DGS, o INFARMED e a ASAE, em conjunto com outros peritos, estão a concluir as regras de fabrico das máscaras comunitárias para serem passadas à indústria têxtil, mas já há inúmeros exemplos feitos a partir de casa, a pensar na eventual dificuldade de as adquirir no comércio. As máscaras feitas com t-shirts, panos de cozinha ou fronhas de almofada têm a grande vantagem de serem reutilizáveis, mas não conferem o mesmo nível de proteção.
Em 2013, investigadores da Universidade de Cambridge testaram a eficiência na captura de partículas cinco vezes mais pequenas que as de um coronavírus e os resultados estão expressos nos gráficos em cima. Mas como a respirabilidade é igualmente importante, porque o conforto interfere com a eficiência, os investigadores concluíram que o melhor de dois mundos é garantido pela fronha de almofada e a t-shirt de algodão.