Em Itália, a partir de hoje, o futebol volta a fechar a porta aos adeptos, tal como na região de Bruxelas, e quase todo o desporto amador terá de parar. Restrições em Espanha fazem temer pela Vuelta<br/>
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Vários países europeus estão a adotar medidas de combate à pandemia de covid-19 que constituem um autêntico regresso a um passado recente, impondo uma série de restrições que voltam a afetar a prática desportiva.
Itália, que nos últimos cinco dias registou mais de 15 mil novos casos diários de contágio e ontem teve mais de 21 mil (128 mortos), fecha a partir de hoje quase todo o desporto amador, nomeadamente o de formação, as modalidades de contacto, a frequência de ginásios, piscinas e até jogos lúdicos entre amigos em espaços abertos. Modalidades ao ar livre e que permitam distanciamento, casos de ténis, padel ou atletismo, são permitidas. A medida abrange teatros e cinemas e durará até 24 de novembro, pelo menos, enquanto os restaurantes e bares terão de encerrar a partir das 18h00.
O futebol italiano, que autorizava um máximo de mil espectadores nas bancadas dos estádios, voltará a ser à porta fechada e apenas se manterão as divisões profissionais e nacionais - as Series A, B, C e D -, sendo suspensas as competições regionais e distritais. Com várias regiões já sob recolher obrigatório (as de Nápoles, Roma e Lombardia), o jornal "La Repubblica" refere que estas decisões afetarão mais de dez milhões de italianos que regularmente praticam desporto.
Espanha está desde ontem em estado de emergência e este poderá prolongar-se por seis meses. Foi imposto recolher obrigatório, entre as onze da noite e as seis da manhã, em todo o território à exceção do arquipélago das Canárias, podendo cada região autónoma atrasar ou avançar uma hora em função das características locais. A medida causou apreensão na organização da Volta a Espanha, que arrancou na terça-feira e tem hoje o primeiro dia de descanso.
A caravana da Vuelta tem previsto continuar a atravessar a metade norte da península e respetivas comunidades autónomas até 8 de novembro, para quando está previsto o final em Madrid, ao abrigo das exceções previstas para o desporto profissional. Javier Guillén, diretor da prova, referiu estarem a ser cumpridas todas as medidas para a corrida poder prosseguir e que o horário do recolher obrigatório não interfere. Admitiu, no entanto, não estar em condições de garantir "neste momento que não haverá restrições que possam afetar a Vuelta".
Na Bélgica, a região da capital, Bruxelas, também fez marcha-atrás no que toca aos adeptos nos estádios, que voltam a fechar os portões das bancadas. Os espaços culturais também permanecem encerrados até 19 de novembro e entre as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, Alexander de Croo, está a antecipação do recolher obrigatório da meia-noite para as 22h00 e o fecho dos restaurantes às 20h00 na referida região. Os 15 432 novos casos positivos registados no sábado constituem um máximo na Bélgica desde o início da pandemia.
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