Município está em estado de calamidade pública.
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O presidente da Câmara de Ovar, município que desde 17 de março está em estado de calamidade pública devido à covid-19, disse que a doença já provocou 277 infetados e 13 mortes entre os 55.400 habitantes. Salvador Malheiro considera que estes são "resultados animadores", pois demonstram a eficácia do cerco sanitário em vigor desde 18 de março no concelho do distrito de Aveiro, que determinou o controlo de entradas e saídas no território e o encerramento de toda a atividade empresarial que não abranja bens de primeira necessidade.
"Apesar deste aumento dos infetados e óbitos, há que ter noção de que a nossa taxa de crescimento é claramente inferior à que se verifica em termos nacionais: se nós estivéssemos a evoluir ao ritmo de Portugal, hoje não teríamos 277 infetados e estaríamos, sim, com um valor na ordem dos 1.700", explica o social-democrata.
Pela mesma ordem de ideias, os óbitos provocados em Ovar pelo novo coronavírus também não seriam apenas 13 e situar-se-iam antes "na ordem dos 100".
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Salvador Malheiro atribui a diferença no ritmo de disseminação da doença não apenas às medidas de contenção de contágio implementadas no âmbito do cerco profilático local, mas também ao esforço que toda a população "está a fazer por se manter em casa", em isolamento voluntário. Para que a situação se mantenha controlada, o autarca propõe-se continuar a apostar nos exames para rastreio do novo coronavírus, procedimento que, pelas suas contas, já envolveu "mais de 850 testes" realizados por iniciativa da câmara.
Quanto ao hospital de campanha instalado na Arena Dolce Vita, o autarca declarou que o espaço tem as suas questões logísticas "quase resolvidas" e no recinto só falta agora "o corpo médico e de enfermeiros", que espera ver disponibilizado pelo Governo "nas próximas horas".
A recomendação geral continua, no entanto, inalterada: é a de que os habitantes do concelho devem "manter-se em casa e tentar reduzir completamente o contacto social, para, de uma vez por todas, Ovar poder sair desta crise, dar um exemplo ao país e começar a reerguer a sua economia", referiu Salvador Malheiro.